Transpetro põe em operação navio José Alencar

  • 14/01/2014

Companhia anuncia início da construção de mais oito navios no Estaleiro Mauá

O navio de produtos José Alencar partiu para sua viagem inaugural nesta terça-feira (14/01). Durante a cerimônia que marcou o começo das operações, o presidente da Transpetro, Sergio Machado, deu sinal verde para o início da construção de mais oito navios de produtos no Estaleiro Mauá (Niterói/RJ). O novo lote demandará investimentos de R$ 1,4 bilhão, dentro dos R$ 11,2 bilhões previstos para a construção de 49 navios e 20 comboios hidroviários do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef).

O José Alencar é a sexta embarcação do Programa a entrar em operação em um prazo de dois anos e finaliza o primeiro lote de encomendas pela Transpetro a estaleiros brasileiros dentro do Promef. Já foram entregues sete navios e outros 12 se encontram em construção. Em 2014, o Promef deverá bater um novo recorde: serão sete navios a entrar em operação.

Também este ano, a Transpetro receberá os três primeiros comboios. O Promef também viabilizou a construção de três novos estaleiros: Atlântico Sul (EAS) e Vard Promar, em Pernambuco; e Rio Tietê (ERT), em São Paulo.

Além do José Alencar, o primeiro lote do Promef inclui outros três navios de produtos, já em operação: Celso Furtado (novembro/2011), Sérgio Buarque de Holanda (julho/2012) e Rômulo Almeida (janeiro/2013). Além desses, o EAS entregou à Transpetro os suezmax João Cândido (maio/2012) e Zumbi dos Palmares (maio/2013), e o petroleiro Dragão do Mar (dezembro/2013), este com início das operações previsto para o primeiro trimestre deste ano.

Primeira viagem

Em sua primeira viagem, o José Alencar saiu do Estaleiro Mauá, em Niterói, onde foi construído, para ser carregado com nafta do Terminal da Ilha D’Água (RJ). De lá, seguirá rumo ao terminal de São Sebastião, em São Paulo, onde será descarregado.

“A indústria naval brasileira vive um novo momento. Deixou de ser um sonho e hoje está consolidada. A entrega do primeiro lote de encomendas do Promef é uma prova disso. Agora, o grande foco é a gestão, a qualidade para que a produtividade seja maior e melhor, em busca da competitividade internacional. É nisso que estamos trabalhando”, afirma o presidente da Transpetro, Sergio Machado.

O José Alencar – que tem 12 tanques de carga, velocidade de 14,6 nós e autonomia de 12 mil milhas náuticas – será responsável pelo transporte de derivados claros de petróleo. Com 183 metros de comprimento (o equivalente a quase 2 campos oficiais de futebol), 32,2 metros de largura, 43,8 metros de altura (mais alto que a estátua do Cristo Redentor), o navio tem capacidade para transportar 56 milhões de litros de combustíveis (quantidade suficiente para encher aproximadamente 13 piscinas olímpicas).

Em sua construção, foram utilizadas 9.147 toneladas de aço estrutural; 250 toneladas de acessórios de casco; 25.000 litros de tintas e solventes; 4.500 peças de tubos pesando 380 toneladas; 95.000 metros de cabos elétricos e 274 toneladas de eletrodos e consumíveis.

O Promef

O Promef impulsionou a reconstrução da indústria naval brasileira após uma crise de décadas, com investimento de R$ 11,2 bilhões na encomenda de 49 navios e 20 comboios hidroviários. O Brasil tem, atualmente, a quarta maior carteira mundial de encomendas de navios e a terceira de petroleiros. A indústria naval, que chegou a ter menos de 2 mil operários na virada do século, hoje emprega mais de 77 mil pessoas, segundo dados do Sinaval.

Com os sete navios entregues, o índice de conteúdo nacional será superior a 65%, quantitativo estipulado para a primeira fase do programa, garantindo geração de emprego e renda no País. Apenas no Estaleiro Mauá, onde o José Alencar foi construído, foram gerados 3,4 mil postos de trabalho, dos quais 1,2 mil diretamente na construção da embarcação.

O Promef tem três pilares:

  • construir navios no Brasil;
  • alcançar índice de conteúdo nacional mínimo de 65% na primeira fase, e de 70% na segunda fase;
  • atingir competitividade internacional, após a curva de aprendizado.

Os dois primeiros pilares já foram alcançados. E, com eles, o Promef ajudou a retirar a indústria naval brasileira do abandono em que se encontrava há décadas.

O terceiro pilar, a busca por competitividade internacional, é o atual foco. Para atingir este objetivo, a Transpetro criou o Sistema de Acompanhamento da Produção (SAP), que tem como função avaliar os processos produtivos dos estaleiros e sugerir alternativas para melhoria da produtividade.

Os principais players da indústria naval internacional, como Japão, Coréia do Sul e China levaram, respectivamente, 63, 53 e 23 anos para atingir a maturidade do setor. Em apenas 13 anos, o Brasil já obteve resultados comparáveis aos do mercado chinês.

José Alencar

O navio foi batizado em homenagem ao ex-Vice-Presidente da República, homem público e empresário que foi exemplo de competência, persistência e patriotismo. Do humilde balconista que, aos 14 anos, já trabalhava em um armarinho em Muriaé (MG), ao comandante de um império industrial, José Alencar se transformou em um líder empresarial e político respeitado e admirado que ajudou a escrever importantes páginas da história do Brasil.

 

Fonte: Transpetro