Enquanto o governo do Rio Grande do Sul e empresários se esforçam para manter as encomendas da Petrobras no Estado, garantindo a implantação do polo naval do Jacuí, a estatal voltou a afirmar que “é fundamental” o cumprimento do prazo de entrega. E o Rio de Janeiro já se movimenta para pegar parte do contrato da Iesa, envolvida em séria crise – 24 módulos para plataformas no valor de US$ 800 milhões.
O secretário do Desenvolvimento do Rio, Julio Bueno, diz que não houve conversas nesse sentido, mas o mercado já trata como “óbvia” a ida das obras para aquele Estado, considerando que as plataformas em que serão instalados esses módulos se encontram em construção no Estaleiro Inhaúma.
Além do Inhaúma, outra possibilidade é a encomenda ir para o Estaleiro Caneco, hoje com capacidade ociosa – ambos situados no Caju – e ainda para a UTC, em Niterói.
Outra ideia é levar parte do lote para a China, hipótese que avança principalmente depois de a presidente da Petrobras, Graça Foster, ter garantido que a prioridade de aumentar a produção de petróleo está acima da contratação de encomendas junto à indústria nacional.
Embora a estatal reafirme que estão em andamento esforços para “manter a execução dos serviços no Rio Grande do Sul”, com análise e identificação de “soluções de longo prazo”, sabe-se que é cada vez mais difícil cumprir o prazo em Charqueadas, agora agravado com os funcionários em nova paralisação.
A entrada de um parceiro no projeto da Iesa é vista como a melhor iniciativa, já que um sócio para a empresa demandaria bem mais tempo.
Enquanto isso, uma nova plataforma – a P-58, construída em Rio Grande, abriu o seu primeiro poço nesta semana na Bacia de Campos. Primeira a ser automatizada desde o início pela gaúcha Altus, a P-58 deve extrair 180 mil barris de óleo e 6 milhões de m3 de gás por dia.
Fonte: Zero Hora Maria Isabel Hamme