Petrobras diz que conteúdo local não é prioridade, diante da falta de fôlego da indústria

  • 17/03/2014

Para uma plateia de empresários do setor naval, a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, afirmou que a prioridade de aumentar a produção de petróleo da companhia está acima da de contratação de encomendas de embarcações junto à indústria nacional. Graça falou durante evento de assinatura de contratos para e encomenda de oito novas embarcações de apoio à produção offshore (no mar), como parte do Programa de Renovação de Frota de Apoio Marítimo (Prorefram). A executiva justificou o fato de, em alguns momentos, a petroleira buscar outros fornecedores, e não fechar determinados contratos integralmente com a indústria naval brasileira.

— Porque não é possível fazer tudo, e muito mais do que isso, a Petrobras não pode esperar. Não há nada, absolutamente nada, hoje sobre a mesa que justifique atrasar a nossa curva de óleo. Não é prioridade para nós nenhuma contratação que coloque em risco a nossa curva de produção. Porque é exatamente esse óleo novo que nos dá segurança que a indústria naval, nossa fornecedora, veio para ficar — destacou Graça.

No recado mandado para os empresários, Graça Foster se referia às dificuldades da indústria nacional atender todas as encomendas previstas no Prorefam que totaliza 146 embarcações de apoio. Desse total, apenas 87 foram encomendadas até o momento, das quais oito tiveram seus contratos assinados hoje.

A presidente foi bem enfática em seu discurso ao falar que, apesar de todo apoio da estatal ao desenvolvimento da indústria naval, não iria atrasar sua produção por conta de encomendas na indústria nacional.

— Não há sobre a mesa nenhuma prioridade da indústria naval brasileira, coreana, chinesa frente a nossa curva de óleo. O controlador da Petrobras é muito claro, e as políticas comerciais da Petrobras com seus fornecedores também são muito claras. Nós vamos contratar no Brasil tudo que for possível de ser feito no Brasil e que seja competitivo em relação a outras oportunidades fora do Brasil, nós contrataremos no país — afirmou. — Essa é uma atividade que não é possível dar um jeitinho. Isso vai causando um desprestígio muito grande e aquela qualidade que a gente quer ver crescer é colocada em questão.

 

Fonte: O Globo – Ramona Ordonez – Rio de Janeiro

 

17/03/2014|Seção: Notícias da Semana|Tags: , |