Petrobras pode tirar contratos da Iesa

  • 20/03/2014

A Iesa Óleo e Gás, empresa do grupo Inepar, pode perder contratos com a Petrobras devido a problemas financeiros. Depois da deflagração da greve dos funcionários da empresa em Charqueadas (RS), que paralisa desde terça-feira as operações do estaleiro responsável pela construção de 24 módulos de compressão para plataformas do pré-sal para a Petrobras, a estatal admitiu que os serviços podem ser transferidos para outro local.

“Estão sendo realizados esforços para manter a execução dos serviços no Rio Grande do Sul, mas para isso é fundamental que o prazo do contrato seja atendido”, disse a empresa em nota. O valor dos contratos é de US$ 720 milhões, mas há opção de ampliação da encomenda para 32 unidades, o que elevaria a cifra para US$ 911,3 milhões.

Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Charqueadas, Jorge Luiz de Carvalho, uma audiência de conciliação sera realizada hoje à tarde no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4), em Porto Alegre, entre representantes da empresa e dos grevistas. A audiência foi solicitada pela Iesa, informou o sindicalista.

A unidade da Iesa Óleo e Gás em Macaé (RJ), que tem cerca de 1,5 mil funcionários, também estaria parada, segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Pintura Industrial e Construção Civil de Macaé (Sintpicc), João Rodrigues. A empresa nega: “A IESA O&G não fechou a unidade de Macaé. Os funcionários estão trabalhando. A empresa está fazendo um ajuste no quadro de pessoal devido à readequação do volume de serviços”, disse em nota.

Rodrigues afirmou que os funcionários da empresa em Macaé chegaram a iniciar uma greve em 20 de fevereiro, que terminou no dia 14 deste mês devido a falta de quórum. Mas os empregados não voltaram ao trabalho. Dos 1,5 mil trabalhadores, cerca de 500 haviam sido demitidos e, segundo Rodrigues, não receberam os valores que deveriam.

“A Iesa de Macaé está de portas fechadas”, afirmou Rodrigues. O sindicalista explicou que o Sintpicc entrou na Justiça contra a Iesa e conseguiu o bloqueio de faturas de serviços realizados, para pagamento dos funcionários. Essa informação foi confirmada pela empresa.

Todo o cenário preocupa a Petrobras, que acrescentou que “desde o ano passado” tem se “empenhado” na busca de alternativas para manter a execução do contrato em Charqueadas e “contornar as dificuldades oriundas da crise financeira do grupo Inepar, do qual a Iesa Óleo e Gás faz parte”. Como solução imediata, informou ter iniciado procedimento para efetuar pagamento direto aos empregados, fornecedores e prestadores de serviços envolvidos no projeto.

 

Fonte: Valor Econômico – Sérgio Ruck Bueno e Marta Nogueira | De Porto Alegre e do Rio

 

20/03/2014|Seção: Notícias da Semana|Tags: , , , |