O bloco BM-S-11, operado pela Petrobras, abriga uma jazida, conhecida como Iara, que extrapola os limites do contrato e se conecta com o bloco Entorno de Iara, da cessão onerosa. O BM-S-11 é operado pela Petrobras (65%), que tem como sócias a BG (25%) e Petrogal (10%). Em reunião de diretoria de 19 de fevereiro, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) permitiu a divulgação dos dados adquiridos do bloco Entorno de Iara aos concessionários do bloco BM-S-11. Segundo a agência explicou em nota, o procedimento é necessário para fins de definição de um Acordo de Individualização da Produção (AIP).
Em casos como esse, a lei determina que as duas partes interessadas cheguem a um acordo para explorar a jazida, com a escolha de apenas um operador, para que não haja conflitos de interesse. Mas no caso de Iara deve ser mais simples, já que Petrobras é operadora dos dois lados.
Em março de 2011, em comunicado ao mercado, a Petrobras informou que a expectativa é que o volume recuperável de Iara esteja entre 3 bilhões e 4 bilhões de barris de óleo equivalente, somando gás e óleo. Em novembro de 2013, a estatal comunicou ao mercado a conclusão da perfuração do quinto poço exploratório na área de Iara, no bloco BM-S-11, no pré-sal da Bacia de Santos. Na ocasião, o consórcio frisou que daria continuidade às atividades previstas no Plano de Avaliação da Descoberta aprovado pela ANP para Iara.
O caso é semelhante ao ocorrido com jazida Gato do Mato descoberta anglo-holandesa Shell no bloco BM-S-54, que extrapola os limites da concessão para uma área não licitada pela União, na Bacia de Santos. Neste caso, a operação é da Shell (80%), que tem como parceira a francesa Total. Em entrevista no início do ano, Oswaldo Pedrosa, presidente da Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA), disse que situações como essa serão comuns nas áreas do pré-sal.
Fonte: Valor Econômico – Marta Nogueira | Do Rio