Setor tem 30 mil empregados no estado e pode contratar até 100 mil pessoas. O governador Luiz Fernando Pezão participou, no dia 06 de junho (sexta-feira), da abertura do III Balanço do Setor Naval e Offshore do Rio de Janeiro. O evento, realizado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e Fórum de Trabalhadores do setor, discute os principais projetos e desafios da indústria naval fluminense. O segmento recebeu investimentos da ordem de R$ 10 bilhões de reais nos últimos anos e emprega, no estado, 30 mil trabalhadores.
“O Rio precisa dessa atividade que gera cerca de 30 mil empregos e tem condições, com as encomendas que estão previstas para exploração do Pré-sal, de chegar a 100 mil empregados”, disse o governador durante a abertura do seminário.
O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Julio Bueno, defendeu uma nova visão sobre a exigência do conteúdo nacional para a indústria naval brasileira, voltada ao setor de petróleo e gás natural.
“É hora de as empresas nacionais do setor se voltarem para o mercado internacional e buscarem competitividade em nível mundial. A indústria naval brasileira teve um processo de recuperação que foi excelente, desde 2003, quando a Petrobras voltou a encomendar navios e plataformas no Brasil. Saímos de sete mil empregos e no Brasil e quatro mil no Rio, para 78 mil empregos no País e 30 mil no Rio. Mas está na hora de dar um passo adiante”, afirmou Bueno.
Dentro dos tópicos a debatidos está a ampliação da cadeia produtiva, com a instalação no Rio de fornecedores de equipamentos subsea (submarinos). Hoje, 85 fornecedores estão presentes no estado e a expectativa é que essa quantidade aumente nos próximos anos a partir do desenvolvimento do pré-sal. “Na cadeia da construção naval, o interesse dos empresários, do Brasil, dos trabalhadores é investir no valor agregado. Trabalhadores mais especializados, com salários melhores e empresas mais pujantes. Quando falamos de barcos com conteúdo de densidade tecnológica, falamos de elementos que estarão dentro desse barco. É hora de focarmos na cadeia produtiva e isso é um desafio gigante para nós”, disse o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Eduardo Gouveia Vieira.
“O setor teve participação importante na economia fluminense na década de 70, mas entrou em decadência nas décadas de 80 e 90. Hoje, o segmento volta a se fortalecer”, disse o presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore(Sinaval), Ariovaldo Rocha. “ Devemos lembrar que os países que hoje são líderes na construção naval e offshore levaram décadas para alcançar a posição que ocupam. Nossa indústria, nessa retomada, levou quase uma década para sair de uma quase estagnação para uma expressiva situação. Hoje somos conhecidos como indústria naval relevante. Frutos de ações de todos os envolvidos: governo, empresários e trabalhadores”, afirmou.