Os alunos do curso de Engenharia Naval da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) terão aulas com técnicos do Estaleiro Atlântico Sul (EAS) e do Ishikawajima-Harima Heavy Industries (IHI), companhia japonesa que também produz navios. “Neste semestre serão oito aulas teóricas e duas práticas”, conta o vice-reitor da UFPE, Sílvio Romero Marques. O intercâmbio é interessante porque traz o conhecimento de empresas privadas para a universidade e a falta de integração entre a academia e o mercado é um dos grandes problemas do Brasil.
Para ocorrer esse intercâmbio, foi assinado ontem, em Brasília, um memorando de entendimento entre a UFPE, o EAS e a IHI. A assinatura do acordo contou com a presença da presidente Dilma Rousseff (PT) e do primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe. No evento, foram assinados mais sete acordos de cooperação entre instituições brasileiras e japonesas.
Ainda na solenidade, a UFPE foi representada pelo vice-reitor, o EAS pelo seu diretor-presidente, Harro Ricardo Schlorke Burmann, e pelo diretor-vice-presidente, Masatoki Utsunomiya. Já a companhia IHI enviou o presidente da empresa, Kazuaki Kama para participar do evento.
No intercâmbio, os primeiros professores que darão as aulas na UFPE serão Kapsuhiko Ichijyu, que trabalha no EAS em Suape, e o Taketocoshi Aikawa, que atua na IHI no Japão. A iniciativa vai beneficiar os 51 alunos do curso de Engenharia Naval da UFPE.
Os professores que farão parte do intercâmbio serão patrocinados pela IHI japonesa, sócia do EAS. As três instituições poderão desenvolver projetos e programas sugeridos pelos professores da UFPE. Os docentes que estão à frente da iniciativa na UFPE são Paula Michima, do curso de Engenharia Naval, e Armando Shinohara, do curso de Engenharia Mecânica, ambos do Campus Recife. Na UFPE, Armando é um dos pioneiros no desenvolvimento de acordos de pesquisa e intercâmbio com instituições japonesas.
Ainda nos acordos assinados, a UFPE vai entrar com a estrutura para as aulas e o EAS bancará as aulas em Suape. O memorando também estabelece que será formado um comitê com representantes das três instituições para analisar as ações a serem realizadas no intercâmbio.
“Os alunos vão ficar mais atualizados, porque os professores que participarão do intercâmbio têm grande expertise em construção naval, off shore, indústria petroquímica e derivados de petróleo”, conta Sílvio. Essas áreas serão muito demandadas no Brasil, principalmente, por causa do pré-sal.