Uma parceria da BG Group PLC com a Petrobras no Brasil, na Bacia de Santos, é a espinha dorsal da estratégia para elevar a produção da petrolífera britânica em 2015 e 2016, juntamente com um projeto de gás liquefeito na Austrália. Essas duas apostas deverão consumir a maior parte da atenção do novo diretor-presidente da empresa, Helge Lund, que acaba de assumir o posto, em um momento em que a BG enfrenta um cenário desafiador. No quarto trimestre de 2014, a empresa registrou um prejuízo líquido de US$ 5,03 bilhões e uma baixa contábil de US$ 8,9 bilhões. As ações da empresa caíram 25% em pouco mais de um ano.
Segundo analistas, os dois projetos estão sob forte risco com os preços do petróleo abaixo dos US$ 60 por barril, ante US$ 100 em junho de 2014.
Na Austrália, o projeto de gás liquefeito na região de Queensland levou a BG a uma baixa contábil de US$ 6,8 bilhões, dos quais US$ 4,1 bilhões foram decorrentes da queda nos preços do petróleo. Com o petróleo a US$ 100 o barril, a contabilidade do projeto de gás liquefeito já era apertada, no quadro atual, a situação se complica ainda mais.
No Brasil, pelos menos na superfície, os ativos da BG parecem bem. Analistas dizem que a reserva da Bacia de Santos tem alta produtividade e potencial para ser especialmente lucrativa, já que esse tipo de reserva exige menos perfurações e menos poços. Mas a investigação sobre corrupção na Petrobras, que levou à troca da liderança da estatal, é motivo de preocupação.
O diretor operacional da BG, Sami Iskander, disse na semana passada que a empresa está observando a situação de perto. “Pode haver coisas na cadeia de suprimento sobre as quais não temos conhecimento”, disse ele.
Fonte: Valor Econômico – Selina Williams, do Wall Street Journal