A Petrobras recebeu um total de sete propostas nas duas licitações para o afretamento de dois FPSOs de 180 mil b/d, um para Libra e outro para Sépia, ambos no cluster do pré-sal da Bacia de Santos.
A unidade de Libra é disputada pela Modec, SBM, BW Offshore e o consórcio Bluewater/Queiroz Galvão Naval, enquanto na licitação de Sépia concorrem SBM, Modec e Bluewater/Queiroz Galvão Naval.
A Petrobras vem trabalhando na análise das propostas técnicas. Embora a expectativa original fosse por taxas diárias mais altas, acima do patamar de US$ 1 milhão/dia, nas últimas semanas especialistas já apostavam que alguns proponentes apresentassem valores na faixa de US$ 900 mil/dia.
Sem perspectiva de novos negócios no setor no Brasil e no exterior, as empresas de FPSOs apostam suas fichas nas duas licitações. Embora tecnicamente mais desafiador, o FPSO de Libra oferece menos riscos por contar com outros sócios, além da Petrobras. Já Sépia, por se tratar de um projeto 100% Petrobras, é visto com certa reserva, tendo em vista a atual situação da petroleira.
Com o mercado financeiro nervoso e apontando para juros cada vez mais altos, a perspectiva é que as empresas sejam obrigadas a colocar mais equity no projeto. Tradicionalmente, antes da crise, as propostas de afretamento eram elaboradas obedecendo à proporção 70% de financiamento e 30% de equity, com algumas empresas conseguindo manter a relação 80%-20%. Mas há quem acredite em uma proporção de 60%-40% ou até em algo abaixo desse patamar.
Além da dificuldade de financiamento e do desafio técnico dos projetos, as licitações de Libra e Sépia têm alto percentual de exigência de conteúdo nacional, o que vem sendo visto como um dos principais entraves ao processo. Com isso, existe a possibilidade de a Petrobras vir a cancelar as duas concorrências e negociar as exigências de conteúdo nacional dos dois projetos com a ANP.
Poucos dias antes do recebimento das propostas, a Petrobras alterou a cláusula de multa pelo não cumprimento das exigências de conteúdo local. Em vez de a multa ser calculada com base no valor total do contrato de afretamento, como estava originalmente previsto, serão levados em conta apenas cinco anos na aplicação da taxa diária.
A licitação de Sépia está sendo conduzida pelo sistema Petronet, enquanto a de Libra é coordenada pelo consórcio Petrobras, Total, CNOCC, CNPC e PPSA, sob um regime diferenciado, no qual os proponentes não têm acesso às informações dos outros concorrentes e nem sequer são informados sobre a relação das empresas participantes. Na licitação de Libra, os proponentes foram obrigados a apresentar uma declaração de concordância com os termos do edital, mas algumas empresas fizeram ressalvas em suas propostas.
Apesar de a SBM ter apresentado proposta para as duas concorrências, fontes da Petrobras informam que os envelopes de preço só serão abertos caso o acordo de leniência do grupo seja formalizado a tempo.
PetroRecôncavo de olho no Projeto Topázio
A PetroRecôncavo tem interesse nos campos terrestres à venda pela Petrobras. A companhia afirmou que acredita que esta é uma oportunidade para crescer e que vai se empenhar para maximizar sua competitividade na concorrência pelas áreas.
“Este processo de venda tem tudo para ser uma oportunidade única para que a PetroRecôncavo possa expandir sua atuação e replicar seu modelo de negócios e sua expertise comprovada para outras áreas”, afirmou Rafael Cunha, diretor Administrativo e Financeiro da companhia.
Halliburton coordena atividades de perfilagem de Macaé
A Halliburton está coordenando de Macaé (RJ) a execução de um novo contrato de perfilagem com a Petrobras. Iniciado este ano e com término previsto em 2020, o contrato prevê a execução de serviços técnicos especializados a poço aberto e revestido, canhoneio e correlatos e locação de equipamentos para atividades em terra e mar.
Assinado com a Halliburton Serviços, o contrato de serviços tem o valor de R$ 852 milhões, com exigência de conteúdo local de 90%. Já o de locação de equipamentos, a cargo da Halliburton Energy Services, está orçado em US$ 168,4 milhões.
Como apoio às atividades, a Halliburton está utilizando bases existentes nos municípios de Catu (BA), N. Sra. do Socorro (SE), Mossoró (RN) e S. Mateus (ES). Nesses locais, a Halliburton manterá permanentemente os equipamentos e pessoal para prestação de serviços terrestres e marítimos.
Este é o único contrato de perfilagem com início em 2016, de acordo com a Petrobras. O contrato anterior estava dividido entre a Halliburton e a Baker Hughes, que estão em processo de fusão, e terminou em fevereiro.
Sondas da Schahin no Brasil
A ICBCL, subsidiária do banco chinês ICBC, planeja manter no Brasil as sondas Pantanal e Amazônia, que pertenciam à Schahin. As unidades, que estão docadas na Ilha de Santana, em Macaé (RJ), foram retomadas pela empresa de leasing chinesa após o cancelamento de um contrato de R$ 3 bilhões acertado com a empresa brasileira.
De acordo com Gustavo Shinohara, sócio-diretor da Bambu – empresa contratada pelo ICBC para fazer a manutenção das sondas – a ideia é buscar novos contratos de operação para as semissubmersíveis no país, o que seria feito pela própria Bambu em parceria com a COSL, subsidiária da estatal chinesa CNOOC.
Fundada por ex-funcionários da Schahin, a Bambu também planeja oferecer serviços técnicos no segmento subsea, como inspeção de risers e BOPs, e já atua como representante comercial de empresas estrangeiras, como a italiana Hit Valve, que fabrica válvulas para FPSOs.
Bram renova contratos de barcos de apoio
A Bram Offshore renovou os contratos dos OSRVs C-Acclaim e Amy Chouest com a Petrobras. As embarcações continuarão a prestar serviços para a companhia por pelo menos mais quatro meses a partir do dia 30 de abril, quando expirou seu contrato.
US$ 500 milhões por módulos e integração do FPSO
O contrato entre o Brasfels e a Modec para fabricação de módulos para o FPSO Cidade de Campos dos Goytacazes foi fechado em R$ 500 milhões. O acordo, anunciado em 6 de abril, prevê a construção de nove módulos para a plataforma, que deve chegar no primeiro trimestre de 2017 ao estaleiro em Angra dos Reis (RJ), onde será integrada.
O Cidade de Campos dos Goytacazes terá capacidade para processar 150 mil b/d e 5 milhões de m3/dia de gás, além de armazenar 1,6 milhão de barris de petróleo. A previsão é que o FPSO siga para sua locação, no campo de Tartaruga Verde, na Bacia de Campos, no terceiro trimestre de 2017.