O presidente da Petrobras, Pedro Parente, anunciou na última sexta-feira (25) que o Espírito Santo vai voltar a receber investimentos da petrolífera e garantiu que nos próximos cinco anos serão R$ 32,18 bilhões em injeção de recursos no estado, seja para custeio ou seja para a realização de novos projetos.
A informação foi divulgada durante a abertura do 11º Encontro de Lideranças Empresariais, em Pedra Azul. O evento é realizado pela Rede Gazeta e reúne empresários, executivos, especialistas e autoridades para discutirem as perspectivas da política e da economia do estado e do país.
Durante o primeiro dia de encontro, Parente apresentou um panorama sobre a indústria petrolífera no Brasil e no mundo. Ele citou os desafios ligados ao preço do barril do Brent, ao excesso de estoque de petróleo no mundo, à elevação dos custos na indústria.
Parente também mencionou o desafio de superar a grande crise enfrentada pela Petrobras nos últimos anos, fruto da má gestão e da corrupção investigada pela Operação Lava Jato.
Foram divulgados os valores de desembolso do Plano de Negócios para o Espírito Santo, que desde 2014 não são detalhados regionalmente pela estatal. O excecutivo comparou o plano atual, de 2017 a 2021, com o de 2012 a 2016.
“A previsão de dispêndios da Petrobras no Espírito Santo para os próximos cinco anos no plano é maior do que era previsto em cerca de 50%”, declarou.
Apesar da declaração, o presidente da petroleira não detalhou quais projetos vão ser priorizados. Mas a expectativa é de que uma plataforma de petróleo com capacidade para produzir até 180 mil barris de óleo equivalente entre em operação em 2021 no litoral Sul capixaba.
Sobre o polo Gás-Químico (UFN-IV), entretanto, não há nenhuma garantia. Parente não admitiu que o empreendimento em Linhares foi completamente descartado, mas indicou que o foco da empresa para os próximos cinco anos está limitado à exploração e produção de óleo e gás.
“A Petrobras lamenta que essas coisas [corrupção] tenham acontecido, mas é importante que as pessoas entendam que as metas previstas para a empresa foram elevadas muito para cima e os compromissos foram feitos tendo como base essas metas. Com isso, uma série de obras foram contratadas e a Petrobras gastou muito dinheiro com essas obras, que não produzem qualquer resultado para estatal. A gente ficou com a dívida. Temos que pagar e, por isso, é necessário o ajuste que estamos fazendo”, justificou.
Questionado sobre os rumores de que a sede da Petrobras em Vitória poderia ser desativada, Pedro Parente rebateu e afirmou que não existe essa possibilidade. “Não discutimos nada em nossa diretoria executiva sobre isso. Ela não sairá”, garantiu.
Novas regras
Saindo um pouco da agenda negativa, o gestor da Petrobras falou das perspectivas de atração de novos negócios para a indústria petrolífera com a mudança nas regras do pré-sal, e ponderou ainda como o plano de desinvestimentos pode ser alavancador da economia.
“Vejo como muito vantajoso para o estado que a Petrobras esteja colocando no seu programa de parcerias e desinvestimentos esses campos em terra, que não são o foco da empresa. Ao fazer esses desinvestimentos, estaremos atraindo investidores, empresários e empreendedores, inclusive locais, que colocarão recursos onde não investimos. Sobre as novas regras para exploração do pré-sal, vejo isso como algo positivo para o Brasil, para os estados e para a Petrobras. Com a situação financeira que a empresa vive, não temos os recursos para desenvolver os campos do pré-sal na velocidade que poderiam ser explorados”, declarou.