Decisão sobre conteúdo local deverá ir para Temer

  • 06/02/2017

Com divisão no governo, a decisão sobre conteúdo local para os leilões de petróleo deverá ser tomada pelo próprio presidente Michel Temer.

A expectativa era de uma resolução após a reunião do comitê sobre o tema que ocorrerá nesta segunda-feira (6), mas diante das dificuldades, o martelo poderá demorar mais a ser batido.

Na semana passada, a Casa Civil, que é favorável a novas regras para atrair investidores, ouviu argumentos contrários a mudanças e à redução do conteúdo nacional mínimo exigido.

Sindicalistas e entidades ligadas à indústria querem manter o percentual de conteúdo brasileiro entre 55% e 70% em cada trecho da operação, e não no agregado.

Os fornecedores não negam que isso implica em custos mais altos. “Aço e máquinas custam mais no Brasil. Lubrificante, diesel e gasolina da Petrobras têm preços mais altos também”, diz José Velloso, presidente-executivo da Abimaq (de máquinas).

O propósito da regra atual, segundo seus defensores, é desenvolver a indústria local. Se ela for alterada para que a operação tenha um índice global de itens produzidos no país, isso não acontecerá, diz Pedro Celestino, presidente do Clube de Engenharia.

“Serviços, como refeição, e segurança, entrariam na cota de conteúdo local”, diz ele. E o restante seria importado.

O argumento a favor de uma porcentagem nacional global é que o país não consegue ser competitivo em todos os setores, diz José Camargo, presidente do IBP (Instituto Brasileiro do Petróleo).

“A Petrobras tem dificuldades e o caminho são investimentos privados, mas é preciso um novo arcabouço, porque o conteúdo local atual afugenta empresas.”

Fonte: Folha
06/02/2017|Seção: Conteúdo Local, Notícias da Semana|Tags: |