A Techint ainda estuda os destinos possíveis para as estruturas metálicas de uma plataforma do tipo WHP (Wellhead Platform) encomenda pela OSX, empresa em recuperação judicial desde 2013 que pertencia ao grupo EBX, do empresário Eike Batista. A estrutura descontinuada atualmente é de propriedade da Techint e está na unidade offshore da empresa em Pontal do Paraná (PR). Em janeiro de 2016, a OSX informou ao mercado que transferiu as ações das unidades da WHP 1 e 2 para a empresa de engenharia.
As empresas haviam firmado contrato em novembro de 2014 para construção das plataformas duas plataformas. O contrato contemplava a execução de engenharia básica, detalhamento, compra de materiais, equipamentos, fabricação, construção e montagem de dois componentes de uma plataforma WHP, incluindo as jaquetas, estacas, topside e módulo de acomodação. O projeto previa peso total de 24 mil toneladas, sendo 10.795 toneladas correspondentes ao topside e 9.106 toneladas ao peso da jaqueta.
O diretor geral da Techint, Ricardo Ourique, explicou que as plataformas costumam ser projetadas em modelo “taylor made”, sob medida para cada campo, o que dificulta o aproveitamento das estruturas em outro campo de exploração. Ele acrescentou que, após a conclusão da integração da P-76, a Techint manterá foco no offshore e no mercado do pré-sal.
No radar estão oportunidades da construção de outras FPSOs, em especial a fabricação de módulos e integração nos topsides. “Temos capacidade de atender o mercado em geral, depende da vontade do cliente. Nosso objetivo é poder ofertar o máximo possível”, disse no evento Circuito Virtuoso da indústria de óleo e gás, realizado pela Techint na última terça-feira (17), em sua unidade offshore.
Ourique destacou que a P-76 foi o projeto que mais executou módulos no país. “Nenhum outro projeto no Brasil executou 15 módulos construídos integralmente no Pontal do Paraná”, afirmou. Ele disse ainda que a Techint incentivou a criação de mão de obra e abertura de uma cadeia de fornecedores na região, que coloca a empresa e o estaleiro em condições muito fortes de competitividade. “A empresa atua forte no controle de custos e indicadores. Temos expectativa muito grande na continuidade desse mercado”, enfatizou.
Localizada a 14 quilômetros do Porto de Paranaguá (PR), a unidade offshore da Techint (UOT) está capacitada para construção e montagem de equipamentos, módulos e jaquetas de projetos offshore. A Techint também se considera apta a realizar obras de módulos e integração de plataformas tipo FPSO e submersíveis, construção de plataformas fixas, topsides e reparos navais. De olho em futuras demandas do pré-sal, a unidade pode executar diferentes projetos simultaneamente.
Em 2012, a unidade recebeu investimentos de R$ 300 milhões e passou por reforma para ampliar capacidade e dimensões. Atualmente, a UOT tem 215 mil metros quadrados de área útil que inclui área de 185 mil m² para construção e montagem de plataformas fixas e módulos para FPSO, além de área com capacidade de processamento de aço de 400 toneladas por mês e cabine de jato de pintura. O terminal marítimo tem 300 metros de cais, com nove metros de calado.