Em meio à grande adesão das companhias de petróleo que atuam no Brasil às novas regras que permitem a redução dos percentuais de nacionalização dos equipamentos em seus projetos, os estaleiros alertam para a falta de perspectivas de grandes contratações e prometem uma série de medidas judiciais e administrativas para reverter as mudanças. A Agência Nacional do Petróleo (ANP), por sua vez, defende a busca de um consenso para garantir a competitividade do setor petrolífero como um todo. O debate sobre o conteúdo local foi a tônica do seminário “O Futuro da Indústria Naval”, realizado ontem pelo Valor em parceria com o Estaleiro Atlântico Sul, no Rio de Janeiro.
Para o presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), Ariovaldo Rocha, os estaleiros caminham para fechar suas portas até 2020. De acordo com ele, os novos percentuais de nacionalização de plataformas – de 25% para novos contratos e 40% para os contratos vigentes – não deverão, na prática, se refletir em demanda por construção. Rocha citou o caso da japonesa Modec, responsável pelo contrato da plataforma do campo de Libra, que subcontratou a construção de apenas um módulo da plataforma no Brasil.
O Sinaval ingressou com pedido no Tribunal de Contas da União (TCU) para suspender a celebração dos 280 aditivos contratuais que permitirão a redução dos percentuais de nacionalização para as concessões vigentes. Além disso, Rocha prometeu contestar as mudanças na justiça.