Área de E&P eleva investimentos, mas não agrega sistemas inéditos ao seu cronograma
A Petrobras não irá desenvolver nenhum sistema novo até 2023, além dos que já estavam planejados no Plano de Negócios 2018-2022. Ao contrário das expectativas do mercado, a petroleira divulgou nesta quinta-feira (5/12) seu novo Plano de Negócios e Gestão para o período 2019-2023 sem incluir nenhum novo projeto de desenvolvimento da produção, nem mesmo Mero 3, tido até então como certo, optando apenas por rever os cronogramas dos ativos já aprovados.
O grande foco da área de produção foi dado à reorganização do cronograma de primeiro óleo dos projetos já previstos. Dos 13 sistemas offshore programados para entrar em operação no período 2019-2023, oito tiveram a data de entrada em operação adiada, o que inclui até mesmo projetos com licitação em curso.
A lista de projetos adiados inclui a P-68 (Berbigão) e a P-76 (Búzios 3), originalmente prevista para 2018 e reprogramadas para 2019, a P-70 (Atapu 1), adiada de 2019 para 2020, Parque das Baleias e Revitalização de Marlim 1, inicialmente programadas para 2021 e postergadas para 2022, Revitalização de Marlim 2, realocada de 2021 para 2023, e Sergipe águas profundas e Itapu, adiados de 2022 para 2023. A área de E&P manteve inalterado o cronograma da P-77 (Búzios 4) para 2019, Mero 1 , Sépia e Búzios 5 para 2021 e Mero 2 para 2022.
Das 13 unidades programadas para o período, apenas duas, Itapu e Sergipe Águas Profundas, ainda dependem da liberação de edital para licitação. A Petrobras coordena no momento as licitações para o afretamento dos FPSOs de Marlim 1 e Marlim 2, Parque das Baleias e Mero 2
Investimentos crescem
Do investimento total de US$ 84,1 bilhões previsto no PN 2019-2023, US$ 68,8 bilhões serão destinados à área de E&P, ante os US$ 60,3 bilhões previstos do plano anterior. A Petrobras destinará a cifra de US$ 48,2 bilhões ao segmento de Desenvolvimento da Produção (70%), US$ 11 bilhões para a Exploração e US$ 9,6 bilhões para Infraestrutura e Pesquisa e Desenvolvimento.
Os investimentos destinados à Exploração já contemplam o plano de trabalho para os 21 blocos adquiridos pela Petrobras nos últimos leilões da ANP. O montante de US$ 11 bilhões representa um crescimento de quase 60% em relação ao valor previsto de US$ 6,8 bilhões no PN 2018-2022. A carteira da petroleira tem um total de 136 blocos exploratórios.
No que diz respeito ao Desenvolvimento da Produção, os projetos do pré-sal irão receber a maior parte dos investimentos, ficando responsável por 56% dos US$ 48,2 bilhões, ante os 44% do pós-sal.
A meta de produção para 2019 é atingir a marca total de 2,8 milhões de boe/dia, sendo 2,3 milhões de barris/dia de óleo no Brasil, o que se confirmado representará um aumento de pouco mais de 10% em relação a 2018.