Problemas no casco da plataforma da Modec provocam vazamento de óleo na Bacia de Campos
A Modec e a Petrobras avaliam possibilidade de rebocar o FPSO Cidade do Rio de Janeiro para um estaleiro, após detectar trincas no casco do navio, que ocasionaram o vazamento de cerca de 1,2 m³ de óleo residual, no último final de semana. Segundo apurado com exclusividade, há cinco trincas no casco e várias embarcações estão dando apoio na região.
O problema não é simples, segundo uma fonte, mas pode ser solucionado com o reboque da unidade, instalada no campo de Espadarte, na Bacia de Campos. A Marinha, Ibama e ANP vem acompanhando as ações da Modec e da Petrobras.
O problema na estrutura do navio foi detectado pela afretadora na sexta-feira (23/8), e novas avaliações feitas nesta segunda-feira (26/8) confirmaram o aumento da extensão das trincas.
A existência das trincas foi confirmada a partir de uma inspeção nos tanques externos da embarcação. A Modec retirou 54 pessoas da embarcação, que está em processo de desmobilização no campo de Espadarte desde o início do segundo semestre de 2018
Antes desse incidente, o FPSO Cidade do Rio de Janeiro já havia enfrentado outro problema semelhante. Em janeiro, foi registrado um vazamento de óleo na unidade, durante uma primeira operação de limpeza dos tanques.
Capacitada para produzir 100 mil bopd, processar 2,5 milhões de m3/dia de gás e estocar até 1,6 milhão de barris de óleo, a plataforma teve seu contrato encerrado com a Petrobras no ano passado.
A Petrobras e a Modec não dão maiores detalhes sobre o incidente, as ações em curso e a situação da unidade de produção. Procurada pela PetróleoHoje, a operadora de FPSO informou que a divulgação de informações é feita apenas pela petroleira.
Fontes do setor consultadas sobre o incidente afirmam que as rachaduras podem ter sido provocadas por corrosão por vibração. Convertido a partir de um navio, o casco do Cidade do Rio janeiro tem mais de três décadas.
Em nota, a Petrobras esclareceu que um sobrevoo realizado na área após o evento não identificou mancha de óleo na superfície do mar. Também informou que o incidente foi comunicado às autoridades e vem apoiando a Modec nas ações de contingência.
O Sindicato do Norte Fluminense chegou a divulgar que a o FPSO estaria adernando e que haveria risco de afundamento, mas o PetróleoHoje apurou que a Petrobras deve soltar uma nota desmentindo a informação e que no momento não há nada em relação a isso.
O FPSO Cidade do Rio de Janeiro foi convertido especialmente para operar para a Petrobras no campo de Espadarte. Instalada em lâmina d’água de 1.350 m, a unidade começou a operar em 2007, tendo sido uma das primeiras de grande porte afretadas pela petroleira brasileira.
A atividade de desmobilização envolve desconexão de poços, limpeza dos tanques e tubulações, desconexão das amarras e a mobilização de barcos e times extras.
O campo de Espadarte está localizado a 130 km da costa.