A obra de derrocamento do Pedral do Lourenço, que permitirá a navegabilidade do Rio Tocantins, está prevista para iniciar no final de 2020. A informação foi dada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), durante 11º Seminário Internacional de Transporte e Desenvolvimento Hidroviário Interior, realizado nesta terça-feira (22), em Brasília. O valor do contrato para a realização da obra é de R$ 656 milhões, a ser executado pelo consórcio DTA O’ Martins. Atualmente o empreendimento está entrando na fase do projeto executivo de engenharia e da finalização dos estudos ambientais. A obtenção do licenciamento prévio concedido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) deve sair no primeiro semestre do próximo ano.
O Pedral do Lourenço tem 35 quilômetros de extensão e está localizado entre as Ilhas do Bogéa e o Município de Santa Terezinha do Tauri, no estado do Pará. O derrocamento do Pedral consiste no desmonte de rochas que ficam próximas à represa de Tucuruí. A presença dessas rochas tem limitado a navegação comercial no rio ao longo de todo o ano.
O objetivo do empreendimento é viabilizar o tráfego de embarcações e aumentar a navegabilidade da hidrovia. De acordo com a diretoria de infraestrutura aquaviária do DNIT, a disponibilidade atual para navegação é de apenas 18%, ou seja, por volta de 65 dias ao ano. A pouca disponibilidade para a navegação tem se refletido diretamente na baixa competitividade da hidrovia, se comparado aos demais modais. Com o projeto de derrocamento, a ideia é que a disponibilidade aumente para 95% ao ano, ou 350 dias de navegação na Hidrovia do Tocantins.
Além disso, o projeto pode fomentar o setor de construção naval com a implantação de novos estaleiros na região, e a consequente geração de emprego e renda para a população local. A perspectiva ainda é que o projeto de derrocamento possa promover o desenvolvimento da agricultura, através da oferta de competitividade do frete hidroviário frente aos outros meios de transporte.
Outros projetos
Durante o Seminário, o DNIT apresentou também outros projetos em curso voltados para o desenvolvimento das hidrovias no país. Um deles foi o ‘Atlas das Hidrovias do Brasil’, lançado há dois meses pelo departamento. O atlas tem como objetivo identificar toda a malha hidroviária do país por meio da vetorização das hidrovias e do geroreferenciamento de informações. Este último promove a localização exata de dados, como é o caso das boias de sinalização, além de possibilitar a sobreposição de dados.
Outro projeto apresentado foi o Proeclusas. Ainda em fase de estudos, a ideia do projeto é construir uma visão interada dos aspectos técnicos e administrativos para a realização de operação e manutenção nas eclusas. Atualmente o DNIT está responsável por oito eclusas no país. Parte delas está sem operação devido à falta de manutenção.
O Rio Madeira, uma das mais importantes hidrovias do país, também está sendo alvo de estudos pelo DNIT, por meio do projeto Guias Correntes. O objetivo desse projeto é aumentar a navegabilidade sem que haja a necessidade de realização de muitas dragagens. A ideia é criar estruturas feitas de pedras ou troncos, capazes de aumentar o calado do rio.