Não é bem assim…
Ampliação da cadeia produtiva do petróleo e gás

  • 14/03/2022

No episódio dessa semana, Mauro Osorio se debruça sobre o Sistema Produtivo de Petróleo & Gás (P&G) no estado do Rio de Janeiro, que aparece com destaque no debate diante da crise internacional gerada pelo conflito entre Rússia e Ucrânia.

Osorio começa por mostrar que esse sistema produtivo tem importância fundamental no estado do Rio de Janeiro, em função do estado concentrar 80% das reservas de P&G nacionais. No entanto, essa é uma riqueza que vaza do estado do Rio, tendo em vista que 75% dos fornecedores da Petrobras estão localizados fora do estado e que 56% do gás natural extraído no litoral fluminense é reinjetado e, portanto, não utilizado como fonte para a necessária industrialização do Rio. Além disso, a arrecadação de ICMS – principal imposto estadual – derivada da extração do petróleo beneficia os estados consumidores e não o estado do Rio.

O economista aponta que a atual política do Governo Federal e da Petrobras de não explorar todas as oportunidades existentes na cadeia produtiva relacionada ao P&G, como, por exemplo, a importação pelo país de praticamente todos os fertilizantes, ao invés de produzir internamente, está trazendo um grave risco para o agronegócio brasileiro.

Mauro Osorio termina por alertar que nenhum país do mundo se desenvolveu exportando apenas commodities. O Brasil não ter uma política de diversificação da sua estrutura produtiva, além de fragilizar a geração interna de renda e emprego, coloca o país em risco quando ocorrem crises como a da pandemia do Covid-19 e a atual crise internacional.

Diversificar a cadeia produtiva fluminense e, em particular, a cadeia relacionada ao Sistema Produtivo de Petróleo & Gás, é fundamental para reverter a crise estrutural do estado do Rio de Janeiro, que perdeu 37,6% de participação no PIB nacional desde os anos 1970.

 

Fonte: Alerj – Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro – Nívea Souza
14/03/2022|Seção: Artigos, Notícias da Semana|Tags: , , |