Um aguardado projeto para a Bacia de Campos sofreu uma nova mudança de calendário. A Petrobras alterou novamente o prazo para envio de propostas na licitação de contratação do novo FPSO do campo de Albacora. Agora, as empresas envolvidas na disputa poderão protocolar seus lances até o dia 15 de setembro, conforme consta no site da Petronect. Essa já é a segunda postergação de calendário promovida pela Petrobras nessa concorrência.
Para lembrar, o campo de Albacora chegou a entrar no programa de desinvestimentos da Petrobras. O ativo, inclusive, despertou o interesse da PetroRio (atual PRIO). As duas empresas chegaram a entrar em fases de negociações, mas não houve um consenso sobre o valor final de venda do ativo. Com o insucesso nas conversas com a PRIO, a Petrobras anunciou que retiraria Albacora do programa de desinvestimentos. Além disso, a estatal revelou que faria novos investimentos na área.
A nova plataforma que a Petrobras quer contratar para Albacora será afretada por 27 anos e terá capacidade para produzir 120 mil barris de óleo por dia e processar 6 milhões de metros cúbicos diários de gás. A ideia da Petrobras é substituir as duas unidades atualmente em operação em Albacora pela nova plataforma, que irá operar em lâmina d’água de 670 metros. De acordo com o edital, a nova embarcação será interligada a 29 poços, sendo 18 produtores e outros 11 para injeção de água. O projeto de revitalização do campo contempla o desenvolvimento da produção do reservatório de Forno, na camada do pré-sal.
Albacora está a cerca de 110 km a leste do Cabo de São Tomé, no litoral norte do estado do Rio de Janeiro. Atualmente, a produção do campo aconteceu por meio das plataformas P-25, do tipo SS (Semi Submersível), e P-31, do tipo FPSO. A malha de escoamento de óleo da P-25 é constituída por um oleoduto que interliga a P-25 a P-31.
Este não é o único projeto de revitalização na Bacia de Campos atualmente em curso pela Petrobras. A companhia também está revigorando a produção dos campos de Marlim e Voador. O projeto prevê duas novas plataformas: Anna Nery, que entrou em operação em maio, e Anita Garibaldi, cujo primeiro óleo está programado para o segundo semestre deste ano. As novas plataformas fazem parte do Plano de Renovação da Petrobras na Bacia de Campos, que tem investimento previsto de R$ 18 bilhões no Plano Estratégico 2023-2027.
O Anita Garibaldi produzirá óleo dos reservatórios de pós-sal de Marlim e Voador e do reservatório de pré-sal de Brava, vai absorver os poços remanejados das plataformas em descomissionamento (P-18, P-19, P-20, P-33 e P-35). Já o Anna Nery vai absorver parte da produção das plataformas que estão atualmente em descomissionamento no campo de Marlim (P-18, P-26, P-35 e P-37). Com ambas em operação, a vida produtiva destes campos será estendida por mais 25 anos.
A Petrobras também vai colocar em operação, em 2025, o FPSO Maria Quitéria, no complexo do Parque das Baleias, na porção capixaba da Bacia de Campos, com capacidade de 100 mil barris por dia. Ainda de acordo com a última versão do Plano Estratégico da Petrobras, a empresa tem a ambição de acrescentar um volume de 20 bilhões de barris de óleo equivalente às suas reservas, até 2030, sendo 5 bilhões de barris de óleo equivalente oriundos dos ativos operados na Bacia de Campos.