Durante evento, presidente voltou a se comprometer com recuperação da indústria naval brasileira

Em Niterói, Lula defende fortalecimento da construção naval e conteúdo local

  • 02/04/2024

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a se comprometer com a recuperação da indústria naval brasileira. Durante evento em Niterói (RJ), nesta terça-feira (2), Lula defendeu as políticas de conteúdo local e o fortalecimento da construção naval para desenvolver a indústria nacional e reduzir a dependência do afretamento de embarcações estrangeiras pelo país. Ele espera que, com a economia voltando a crescer, seja possível gerar novos empregos e, consequentemente, aumento do consumo e mais postos de trabalho nesse e em outros setores.

“Vamos recuperar a indústria naval brasileira porque não é possível um país do tamanho do Brasil, com 90% do comércio do Brasil feito através do mar (…) não tem sentido ter déficit comercial na balança por conta dos nossos produtos serem exportados e comprados em navios de bandeira estrangeira. É verdade que pode ser mais barato alguns dólares, mas o fato de alugar navio lá fora, não vai gerar emprego aqui”, afirmou Lula.

Lula disse que a promessa de recuperar a indústria naval brasileira vem desde 2003, no começo de seu primeiro mandato, quando havia desconfiança quanto à retomada da atividade no Brasil. Lula lembrou que foi necessário um esforço de capacitação e investimentos nesse setor, que permitiram aquecer atividades em estaleiros do Rio de Janeiro, Niterói (RJ), Pernambuco, Bahia, Rio Grande do Sul e Espírito Santo, inclusive com novas instalações, que possibilitaram a construção de navios de grande porte (petroleiros e gaseiros).

Segundo o presidente, nos anos seguintes, foi possível sair de menos de 3 mil trabalhadores para mais de 80 mil trabalhadores na indústria naval. Ele ressaltou que à época havia índices de conteúdo local voltados para o desenvolvimento de toda a cadeia produtiva. “Tínhamos decidido que 70% dos navios brasileiros e 70% dos componentes de plataformas e sondas seriam de fabricação nacional porque queríamos gerar emprego no estaleiro e na Petrobras. E gerar a indústria de pequenas e médias empresas que pudessem produzir componentes, gerar conhecimento científico e tecnológico, com a geração de empregos que o Brasil precisava”, ressaltou.

As declarações ocorreram no Porto de Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro, durante evento para anunciar o início das obras de dragagem do Canal de São Lourenço. O desassoreamento de trecho da Baía de Guanabara, entre a Ilha da Conceição e a Ponte Rio-Niterói, irá aumentar de 7 metros para 11 metros o calado do local, o que permitirá o aumento da função operacional dos estaleiros, o estímulo a novas construções de embarcações e a movimentação do setor de reparos e offshore.

A obra, parceria entre o governo federal e a prefeitura, irá ampliar o acesso da infraestrutura aquaviária ao complexo industrial e portuário. De acordo com o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), serão investidos nas obras R$ 157 milhões, dos quais R$ 137 milhões pela prefeitura de Niterói e R$ 20 milhões pelo governo federal, por meio da Companhia Docas do Rio de Janeiro (Portos Rio). A expectativa é que a intervenção alavanque toda a produção dos setores e gere cerca de 20 mil empregos diretos e indiretos.

Terminal Pesqueiro
No mesmo evento, foi anunciada a revitalização do terminal pesqueiro da região, por meio de acordo para a municipalização do espaço. Após a conclusão da dragagem do Canal de São Lourenço, a intenção é que o terminal se torne um entreposto de pesca, beneficiando o setor marítimo e gerando emprego e renda.

Fonte: Portos e Navios – Danilo Oliveira
02/04/2024|Seção: Destaque Superior 300px, Notícias da Semana|Tags: , , , |