Com o retorno das rodadas de leilões da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o setor de óleo e gás volta a trazer novos investimentos ao país. Com isso surge um novo cenário para a logística offshore.
A logística das bases de apoio offshore no Sudeste passou por um realinhamento. A reordenação das atividades visa ao melhor atendimento das unidades offshore, com melhoria de produtividade. O mercado projeta que o maior aquecimento deve acontece após 2019. No entanto, algumas bases de apoio offshore já iniciaram atendimentos por serviços e novos contratos. Como é o caso do Renave Complexo Industrial, localizado na Ilha do Vianna, em Niterói(RJ).
Com mais de 40 anos no mercado de reparo, manutenção e construção naval, a Empresa Brasileira de Reparos Navais S/A — Renave amplia seu nicho de mercado e passa a atuar como terminal marítimo portuário. Com autorização concedida pela Agência Nacional de Transporte Aquaviário (Antaq), o Terminal de Uso Privado (TUP) Renave passa a movimentar cargas de terceiros. No local já operam grandes empresas fornecedoras de suprimentos para o mercado de petróleo: Tetra Technologies e a Clariant (fluídos).
Segundo o diretor presidente da Renave, Paulo Rebelo, a expectativa é movimentar insumos para construção e reparação naval e para a indústria de E&P, incluindo tubulações, fluidos de perfuração. A estimativa do volume de cargas a ser movimentado nas instalações portuárias é de 60.000 t/ano.
— Estrategicamente localizada na Baia de Guanabara com um área de 157.000 metros quadrados e total infraestrutura, passamos a atender a fabricantes de equipamentos submarinos, empresas de engenharia e de apoio logístico offshore para movimentação das embarcações de apoio offshore nas operações às plataformas de petróleo, como também para acomodar as embarcações que se encontram em lay up — explica Rebelo.
Em recente operação, a Tetra Technologies forneceu para a Halliburton — empresa prestadora de serviço da petroleira norueguesa Statoil — mais de 5.000 bbl de produto à base brometo de cálcio embarcado pelo Supply Vessel “Far Scotsman” da empresa de navegação offshore Solstad Farstad ASA com destino ao campo de Carcará, na Bacia de Santos. A Tetra, que opera desde 2009 nas instalações da ilha do Vianna, tem uma capacidade de armazenamento de 31.000 bbl de fluidos de completação, com ênfase nas salmouras pesadas.
Clariant — Já a empresa Clariant, operando desde 2014, tem capacidade instalada de 48.000bbl para fornecer salmouras e fluido sintético (base olefinas) para à Petrobras. Com operação nas instalações da Renave, a empresa líder mundial em produtos químicos realiza 15 atracações mensais.
Ao atracar embarcações para receber os produtos destinados aos poços de petróleo, a Renave oferece simultaneamente seu cardápio de facilidades para escolha do cliente, como: guindastes, retro área para estocagem em geral, limpeza de tanques, remoção de resíduos sob manifesto, suprimento de água doce e energia elétrica, reparos de rotina ou emergenciais, dentre muitos outros serviços e facilidades. A empresa conta atualmente com 4 berços dedicados exclusivamente para atracação de operações shore base. Porém, já com ampliação em curso para atender até 10 embarcações simultaneamente, bem como dispõe de mais de 140.000 metros quadrados de retro área de porto, para realizar suas ampliações. Já para embarcações e lay up, a Renave dispõe de berços para atender mais de 20 embarcações simultaneamente.
A partir do segundo semestre deste ano, a Renave pretende iniciar dragagem ao redor de suas instalações, elevando de 7,5 para dez metros nos locais mais nobres, podendo prestar serviços a terceiros para dragagens de aprofundamento ou manutenção no entorno da Baía de Guanabara.