Na abertura do 28º congresso internacional da entidade, Luis de Mattos, destacou que atividade de O&G segue com alta volatilidade, com quedas na demanda mundial e no preço do barril, gerando maior cautela dos investidores.
O presidente da Sociedade Brasileira de Engenharia Naval (Sobena), Luis de Mattos, disse, nesta quarta-feira (28), que os próximos anos serão desafiadores para o setor. Ele citou que setor de petróleo e gás continua com alta volatilidade, com quedas na demanda mundial e no preço do barril, gerando maior cautela dos investidores. Mattos lembrou que esse cenário ocorre, em meio a um processo global de transição energética, o que acaba gerando filtro das operadoras maior na escolha dos projetos.
Ele lembrou, que em a produção do pré-sal cresça vertiginosamente, a produção do pós-sal nacional caiu mais de 50% na última década. Além disso, o fator de recuperação ainda é baixo no país: média de 16%, ante a média mundial de 35%. Segundo o presidente da Sobena, os desinvestimentos da Petrobras geram oportunidades no pós-sal, porém entrar nesse mercado vai demandar engenharia naval.
Para Mattos, o pré-sal também vem com muitas oportunidades associadas à construção de novos FPSOs (unidades de produção, armazenamento e transferência) sendo contratados, o que vai trazer a necessidade de novos navios aliviadores (shuttle tankers) e também pode alavancar o chamado novo mercado de gás. Ele também identificou potenciais oportunidades a partir das exportações do agronegócio e do crescimento da cabotagem, lembrando que o Brasil precisa acompanhar as tendências mundiais, como projetos de redução de emissões e de navegação autônomo. “Tudo isso são oportunidades geradas que, sem tecnologia, não será possível atender”, elencou Mattos na abertura do 28º Congresso Internacional de Transporte Aquaviário, Construção Naval e Offshore da Sobena.
No painel, a diretora de tecnologia e inovação da Coppe/UFRJ, Angella Uller, contou que as empresas de O&G estão cada vez mais preocupadas com emissões de carbonos e que, nos últimos anos, vêm sendo pressionadas a trabalhar na direção de energia limpa. Essa tendência ajudou a orientar uma série de pesquisas da Coppe, envolvendo desde energia eólica offshore ao uso de hidrogênio como combustível para embarcações. A instituição desenvolve com Furnas um catamarã movido a hidrogênio/célula combustível.
Angella lembrou que, há alguns anos, já circula uma frota de ônibus movida a hidrogênio no campus do Fundão da universidade, e que agora as pesquisas também estão voltadas para embarcações. “Estamos usando hidrogênio para fazer mistura com metano para fazer metano enriquecido, que tem potencial calorífico muito maior que gás natural. Temos várias ações com hidrogênio e acho que é meio a energia do futuro mesmo, ou quase do presente”, explicou.