O General Joaquim Silva e Luna já é de fato o novo presidente da Petrobras. A cerimônia de posse foi realizada Nesta manhã (19) para poucas pessoas, mas transmitida ao vivo pelo Petronotícias. Ele substitui Roberto Castello Branco, que foi demitido publicamente pelo Presidente Jair Bolsonaro. Em discurso, Silva e Luna falou da paridade internacional de preços, mas lembrou da previsibilidade e respeito ao consumidor. Demonstrou respeito pelos petroleiros, mas não falou sobre apoiar a indústria nacional nas obras da Petrobras. Ele disse que quando se chega a um novo lugar precisa “ouvir mais e falar menos”. A cerimônia contou com a participação do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e o diretor da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Rodolfo Saboia, além do presidente do Conselho de Administração da estatal, Eduardo Bacellar.
Silva e Luna foi integrado ao Conselho de Administração da companhia na segunda-feira passada (12). Foi o primeiro passo para que ele pudesse assumir o comando da empresa. Na sexta-feira (16), ele foi eleito presidente. Hoje, assumiu a companhia durante nomeação dos diretores das principais áreas da empresa. O principal assunto em pauta era a posição de Silva e Luna sobre a política de preços. O novo presidente deu ênfase à previsibilidade como marco da Petrobrás sob sua gestão, sem se desvincular com a “paridade internacional” com os preços internacionais do petróleo, para perseguir a “redução da dívida, investindo em pesquisa e desenvolvimento”.
O novo presidente da Petrobrás lembrou que vai se “inteirar, no mais curto prazo, do que for possível” com diretores e conselheiros da estatal “para alinhar percepções e avançar com a cooperação e o comprometimento de todos. Quando o homem avança o que vai à frente é o seu passado. Mas o passado é apenas uma referência. O que se quer do novo presidente da Petrobras, imagino, é o novo que se espera que ele produza, em equipe, alinhado com a missão da empresa, liderando um time capaz de vencer desafios, nessa complexa conjuntura, entregando resultados”.
“Sabemos que credibilidade não é fruto de uma percepção momentânea, é o somatório de uma longa coerência de atitudes. (…) Não há dúvidas de que os principais desafios, entre tantos outros, são fazer a Petrobras cada vez mais forte, trabalhando com visão de futuro, com segurança, respeito ao meio ambiente, aos acionistas e à sociedade em geral, de forma a garantir o maior retorno possível ao capital empregado e crescer sustentada em ativos de óleo e gás de classe mundial”, disse Silva e Luna.
“É fazer tudo isso conciliando interesses de consumidores e acionistas; valorizando os petroleiros; buscando reduzir volatilidade, sem desrespeitar a paridade internacional; perseguindo a redução da dívida; investindo em pesquisa e desenvolvimento; e contribuindo para a geração de previsibilidade ao planejamento econômico nacional.”
Silva e Luna ressaltou que a estrutura de governança corporativa da empresa e seu normativo de Compliance contam com “arcabouço jurídico” e se apoiam em uma “bem apurada e aperfeiçoada legislação nacional e internacional que impedem risco de aventuras”.
“Uma comunicação antecipatória no que for possível, deve ser central, transparente, assentada em informações consistentes e sempre baseada em dados e fatos”, disse o presidente.
“O grande trabalho de todos que fazemos companhia continuará sendo transformar, de forma sustentável e com celeridade, nossos recursos naturais em riqueza para a sociedade e os acionistas, travar as batalhas da eficiência no que tange o orçamento, gestão de portfólio, meio ambiente, tecnologia, gestão de pessoas e processos, entre tantos outros.”
Já o Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que indicou Silva e Luna para o cargo, falou em continuidade. Em seu discurso, enalteceu o currículo do novo presidente: “Estou convicto de que sua formação vai contribuir para a continuidade dos objetivos estratégicos da Petrobras.” Ele destacou os investimentos da companhia para os próximos anos, o plano de desinvestimentos, a abertura do mercado de gás e redução de dívida: “Destaco os projetos de desinvestimento para reduzir a dívida e aumentar a capacidade de investimento.”