Para o Sinaval, Abenav e Abeam, as mudanças são essenciais para que haja uma participação concreta e eficiente da indústria nacional
O Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), a Associação Brasileira das Empresas de Construção Naval e Offshore (Abenav) e a Associação Brasileira de Empresas de Apoio Marítimo (Abeam) defendem a criação de um novo modelo de negócios para que o segmento da indústria atenda a demanda por plataformas de petróleo previstas para os próximos anos. Lideranças das entidades fizeram uma manifestação conjunta durante a Marintec South America – 11ª Navalshore, evento que acontece até amanhã (14) no Centro de Convenções SulAmerica, no Rio de Janeiro (RJ).
“Precisamos de um modelo de negócios que possibilite a construção local de um estoque de cascos de plataformas, em ação integrada entre estaleiros locais e internacionais”, disse Ariovaldo Rocha, presidente Sinaval. “Isto é necessário diante do desafio de atender a demanda futura por 56 novas plataformas até 2030, com grande concentração de entregas até 2025. Uma das soluções são projetos padronizados de sistemas de produção. No Brasil já temos projeto modelo de plataforma que são as replicantes em construção no Rio de Grande do Sul”, acrescentou.
É necessário que os estaleiros assumam uma posição como contratantes líderes que mobilizam sua rede de fornecedores e de sistemas de financiamento para a construção dos diversos elementos, do casco aos grandes sistemas dos módulos de produção. Assim como compreender que a participação na alavancagem ao financiamento da produção é fundamental. “Além disso, temos o desafio de ampliar a formação de mão de obra para atuar nas 380 novas embarcações previstas. Estamos fazendo um trabalho com a Marinha para a formação de oficiais”, disse Ronaldo Lima, presidente da Abeam.
A proposta das entidades vem ao encontro às sugestões feitas pelas petroleiras internacionais em evento realizado em Moscou, na Rússia, quando defenderam a urgente necessidade de enfrentar a questão dos custos crescentes. “Temos no momento um foco na busca pela competitividade. A nossa sustentabilidade só vai acontecer quando isso for concreto. Assim nos tornaremos uma referência internacional”, afirmou Augusto Mendonça, presidente da Abenav.
Os modelos de negócios atualmente operantes para fornecimentos de plataformas de produção de petróleo são: Construção total da plataforma no Brasil; Construção parcial no Brasil – integração de módulos em cascos convertidos no mercado internacional; Construção local de cascos com sub-blocos e partes fornecidos por estaleiros internacionais; Contratação de afretamento da plataforma integralmente construída no mercado internacional.
“Existem reuniões e contatos sobre como conduzir soluções para que a construção naval brasileira possa atender da melhor forma possível a Petrobras para cumprir as metas de produção de petróleo. O Sinaval está totalmente empenhado nessa tarefa”, concluiu Ariovaldo Rocha.
Fonte: Marintec-Navalshore