Estaleiro EAS - Docagem simultânea

Nicole Terpins, do EAS: Novo Tecon alavancará negócios do estaleiro

  • 28/07/2022

Presidente do EAS afirma que venda de área para instalação de terminal portuário é 100% aderente ao plano de negócios. Segundo executiva, ‘UPI-B’ ocupa menos de 30% da área total do ativo, restando espaço suficiente para manutenção de demandas atuais e futuras

O Estaleiro Atlântico Sul (EAS) afirmou que a venda de uma área do empreendimento para a instalação de um terminal portuário é 100% aderente ao processo de recuperação judicial e ao plano de negócios da companhia. A expectativa é que, quando estiver em operação, o terminal contribua para melhorar a logística e a infraestrutura da região, atraindo novos players fornecedores e clientes, o que favorecerá os negócios do estaleiro. O leilão da área denominada Unidade Produtiva Isolada (UPI-B Cais Sul) do EAS prevê a instalação e operação de um terminal de contêineres e cargas gerais.

“O Tecon na área contígua ao EAS deve atrair novos players e tornar a rota de Suape ainda mais importante”, projetou a presidente do EAS, Nicole Terpins (foto), em entrevista exclusiva à Portos e Navios. Ela contou que a destinação da área para um novo terminal foi orientada por um estudo de vocação e pela revisão do plano de negócios da empresa.

Na última terça-feira (26), a APM Terminals, subsidiária da gigante da navegação Maersk, apresentou a proposta de R$ 455 milhões, superando os R$ 450 milhões ofertados pelos concorrentes no certame: o consórcio formado pela Conepar e pelo grupo filipino ICTSI, que atualmente opera o único terminal de contêineres do complexo portuário e industrial de Suape. A transação ainda depende de aprovações e licenças dos órgãos de controle.

A presidente do EAS avalia que suas instalações hoje já são bem posicionadas e que a participação do grupo Maersk favorece o desenvolvimento logístico e da cadeia de fornecimento, melhorando a infraestrutura e tornando o estaleiro e o porto mais competitivos. “Ter a Maersk operando o Tecon vai ser bom para o estaleiro. Deve haver redução do custo logístico e o aumento da movimentação de grandes estruturas”, acredita.

Nicole destacou que não haverá nenhuma mudança em relação às atuais atividades e perspectivas do estaleiro. Segundo a executiva, a UPI-B ocupa menos de 30% da área total do ativo, restando espaço suficiente para manter as atividades e demandas atuais e futuras. “Não há restrição aos novos negócios que prospectamos e, mesmo havendo retorno da construção naval, nas dimensões que acreditamos, não vai nos atrapalhar”, comentou Nicole.

Reparos

Ela acrescentou que os reparos seguirão sendo executados normalmente, sem nenhum tipo de efeito nessa atividade. Desde outubro de 2020, quando as atividades foram retomadas no EAS, já foram realizadas mais de 20 docagens e obras de reparos para navios de diferentes armadores. “Estamos indo muito bem nos reparos. Hoje, estamos com um ‘problema’, positivo, de mais demanda do que capacidade. Temos trabalhado em alternativas para aumentar a capacidade e fazer frente a mais projetos”, ponderou Nicole. No radar estão armadores, nacionais e estrangeiros, dos segmentos de cabotagem, longo curso e apoio offshore.

A presidente do estaleiro destacou a docagem simultânea de dois navios, realizada em junho. Nicole ressaltou que, apesar de não ser um feito inédito, é um acontecimento raro no atual cenário do setor. Para a executiva, o EAS vem conquistando a preferência dos clientes em docar em suas instalações, graças à qualidade e eficiência do serviço que vem sendo prestado. “Os clientes se sentem confortáveis de entrar no estaleiro e trabalhamos de forma colaborativa para uma nova forma de fazer reparos no Brasil. Temos atraído mais players, inclusive internacionais”, afirmou.

Fonte: Portos e Navios – Danilo Oliveira
28/07/2022|Seção: Notícias da Semana|Tags: , |