ERM construirá um total de seis rebocadores para empresa de apoio portuário do grupo Maersk. Na conferência da 16ª Navalshore, presidente do Sinconapa e diretor do estaleiro destacou oportunidades para diversificação da carteira dos construtores navais da região Norte
A Svitzer ampliou para seis o número de rebocadores de propulsão azimutal encomendados ao Estaleiro Rio Maguari (PA). A subsidiária da Maersk informou, na última terça-feira (16), que, além dos quatro rebocadores encomendados anteriormente, o estaleiro construirá duas unidades de apoio portuário azimutais, de 70 toneladas de bollard pull, com previsão de entrega em 2024.
A Svitzer avalia que os dois novos rebocadores são uma adição essencial à frota existente, pois serão equipados com recursos FiFi 1 (combate a incêndios). A empresa afirma que tem a ambição de atender seus clientes com embarcações brasileiras. “Estamos administrando um negócio sólido no Brasil com bons volumes e estamos muito satisfeitos porque agora estamos investindo em mais duas novas construções, pois isso nos permitirá expandir a nossa cobertura portuária ainda mais”, destacou o diretor administrativo da Svitzer Brasil, Daniel Reedtz Cohen.
A companhia vem expandindo sua frota e, em 2021, aumentou a cobertura portuária no Brasil adicionando Suape e Pecém. Atualmente, a Svitzer Brazil atende sete portos do país — Suape, Pecém, Santos, Vitória, Rio Grande, São Francisco do Sul e Paranaguá — com 17 rebocadores e emprega 160 pessoas. Os dois novos rebocadores são da série RamParts 2300 projetados por Robert Allan Ltd.
O diretor comercial do ERM, Fábio Vasconcellos, observa que, cada vez mais, os estaleiros da Amazônia — hoje ainda dependentes das demandas do agronegócio — diversificam suas carteiras com projetos de outros segmentos. Ele projetou que o potencial de crescimento da região Norte provocará demandas por embarcações, não somente para o agronegócio. Vasconcellos elencou, entre outros mercados importantes para a região, demandas por embarcações de distribuição de GNL, balsas para escoamento de produtos da Zona Franca de Manaus (‘ro-ro caboclo’), balsas de minérios, balsas-tanque, rebocadores e comboios articulados para cabotagem (ATBs).
Ele vê o apoio portuário e a cabotagem se transformando em boas perspectivas para os estaleiros locais. “Parece que os operadores de cabotagem e de apoio portuário descobriram o potencial dos estaleiros da região Norte e têm nos procurado como alternativa para construção de suas embarcações”, afirmou Vasconcellos, que é presidente do Sindicato da Indústria de Construção Naval do Estado do Pará (Sinconapa), durante o painel ‘Cenários da Indústria Naval e Offshore, realizado na última terça-feira (16), na conferência da 16ª Navalshore.
Vasconcellos lembrou que, esta semana, a Aliança Navegação anunciou o início de construção de dois comboios ATBs pelo ERM. As novas barcaças e empurradores foram projetados para operar em mar aberto e com capacidade de transporte de 700 TEUs. De acordo com a Aliança, serão as duas primeiras barcaças oceânicas para transporte de contêineres do Brasil. O projeto, que teve início em dezembro de 2021, inclui dois empurradores, que serão construídos pelo Estaleiro Rio Maguari, em Belém (PA), com previsão de entrega até 2024.