Administração atribui resultado à plataforma portuária e industrial, que ampliou prospecção de serviços para outras áreas. Estaleiro vem participando de concorrências e vislumbra novas oportunidades com potenciais clientes do segmento offshore
O Estaleiro Mauá (RJ) conseguiu dobrar o faturamento nos últimos três anos com a diversificação de negócios. A administração do estaleiro atribuiu o resultado à plataforma portuária e industrial, que ampliou as atividades que antes estavam mais concentradas em reparos e construções. A estratégia atual também contempla modernizações e upgrades, base de apoio logístico e abriu o olhar para a expansão de oportunidades no segmento offshore. O estaleiro também reservou áreas das coxias para construção de estruturas pesadas. Um dos objetivos da empresa é fechar contratos de médio a longo prazo, oferecendo as instalações para clientes que precisem de atracação, retroárea ou também de gestão de resíduos.
O Mauá identificou potenciais oportunidades e vem prospectando novos clientes na área offshore. Recentemente, a equipe do estaleiro atendeu três plataformas semissubmersíveis atracadas, além de outras unidades ao largo da Baía de Guanabara que não podem atracar por restrições de calado. “Além dos reparos e modernizações, participamos de muitos bids para estruturas pesadas subsea. Prospectamos novos clientes da área offshore e estamos sendo demandados”, contou o diretor-presidente do Estaleiro Mauá, Geraldo Ripoll, à Portos e Navios.
O presidente do estaleiro disse que o Mauá vem encaminhando propostas para construção de estruturas metálicas para o setor offshore, que envolvem efetivo maior que atividades de reparo, com potencial maior de geração de empregos e receitas. Ele ressaltou que o desenvolvimento de projetos subsea, em média, pode levar de 18 meses a 24 meses de mobilização para fazer essas estruturas. “Estamos participando de muitos bids. A tendência é, no momento que saírem resultados desses bids, e começarmos mobilizações, comecem a sair mais negócios”, projetou.
Ripoll acrescentou que as áreas de processamento que, no pico da construção naval em 2014, estavam dedicadas à fabricação de novas embarcações, estão sendo diversificadas levando em conta o atual cenário dessa indústria. Ele estima que hoje entre 50% e 60% das instalações estejam voltadas para atender a serviços offshore, enquanto a construção naval deve seguir num ritmo bem menor do que era há cerca de 10 anos. “Paralelamente, estamos trabalhando com clientes da base de apoio logístico offshore que precisam ter janelas de atracação no cais e de uma área para desenvolver um negócio”, detalhou.