Estrutura será desmantelada no Estaleiro Rio Grande. Produtora de aço utilizará sucata metálica como matéria-prima em seu processo produtivo
Foi encerrado nesta sexta-feira (7) o leilão da plataforma P-32, unidade do sistema de produção que foi utilizada pela Petrobras na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro. A proposta vencedora foi feita pela Ecovix, proprietária do Estaleiro Rio Grande (ERG), e pela Gerdau, produtora de aço brasileira, que unirão forças para os trabalhos de descomissionamento da estrutura.
Na parceria estabelecida entre as duas empresas, a Ecovix receberá a plataforma no ERG, maior dique seco da América Latina, onde ocorrerá o desmantelamento das estruturas, em trabalhos que devem se estender por 12 meses. Na sequência, a Gerdau utilizará a sucata metálica gerada como matéria-prima para produção de aço em suas usinas de Charqueadas (RS) e Sapucaia do Sul (RS). Outros materiais serão enviados para descarte seguro, com praticamente 100% da unidade sendo reciclada.
A previsão é de que os trabalhos de desmantelamento se iniciem entre 90 e 120 dias após o leilão desta sexta. Em Rio Grande, a expectativa é da geração de 250 vagas de emprego para o processo. “Essa será a maior unidade marítima já desmantelada no Brasil e um marco para inserir o país e a Petrobras no processo de reciclagem verde e responsável”, celebra Robson Passos, diretor-presidente do Grupo Ecovix.
Nos últimos anos, a empresa vem diversificando suas atividades, com destaque para os reparos de embarcações — foram sete desde a retomada dos serviços navais, em 2021. Neste momento, está no dique a sonda ODN I, da Ocyan, que passa por revisão geral nos sistemas, pintura, manutenção, serviços de tubulação, entre outros. “A vitória no leilão é, também, uma grande oportunidade para a Ecovix reforçar sua atuação no desmantelamento — existem 26 outras unidades a serem desmobilizadas pela Petrobras”, enfatiza Robson.
A Gerdau é a maior recicladora de sucata metálica da América Latina, transformando mais de 11 milhões de toneladas do material em aço anualmente, e cerca de 71% do aço produzido pela companhia é proveniente do processo de reciclagem. “Essa iniciativa é pioneira na indústria brasileira do aço e contribuirá para que a empresa siga sendo uma referência na produção de aço com baixa pegada de carbono. Uma das fontes de geração de sucata metálica é o desmantelamento de plataformas como a P-32 e de navios, o que permite com que um volume importante destes materiais seja retirado dos mares brasileiros e transformados em novos produtos de aço, uma vez que o aço é um item infinitamente e 100% reciclável”, afirma Carlos Vieira, diretor de matéria-prima e florestas da Gerdau.
Atualmente, a Gerdau possui uma das menores médias de emissão de gases de efeito estufa (CO₂e), de 0,89 t de CO₂e por tonelada de aço, o que representa aproximadamente a metade da média global do setor, de 1,91 t de CO₂e por tonelada de aço (worldsteel). Para 2031, a meta da Gerdau é diminuir as emissões de carbono para 0,83 t de CO₂e por tonelada de aço.