Comitiva organizada pela frente em defesa da indústria naval esteve no Mauá e no Renave, com representantes da indústria e lideranças políticas e sindicais, na última sexta-feira (17). Previsão é que grupo conclua relatório com diagnóstico setorial até o final do ano
Uma comitiva liderada pela Frente Parlamentar Mista em Defesa da Indústria Naval Brasileira visitou dois tradicionais estaleiros do Rio de Janeiro, na última sexta-feira (17). O grupo, integrado por parlamentares e representantes da indústria, estiveram no Mauá e no Renave, especializado em reparos. A Frente pretende construir um relatório, até o final do ano, que aponte para a retomada dos empregos de qualidade e para o aperfeiçoamento da legislação a fim de superar os gargalos e impulsionar a indústria naval.
“Estas incursões pelos estaleiros brasileiros têm sido fundamentais para acumular conhecimento e reunir propostas dos trabalhadores e da indústria para ajudar no caminho do crescimento e do fortalecimento desse segmento da economia tão importante para o país”, disse o presidente da frente, o deputado Alexandre Lindenmeyer (PT-RS). Ele acrescentou que a visita teve intenção de aprofundar o diálogo com universidades e demais instituições envolvidas na retomada do setor naval no país.
O deputado declarou que as visitas aos principais estaleiros do Brasil são voltadas para conhecer de perto as estruturas e os potenciais das unidades de construção naval. Ele lembrou que o setor naval já empregou mais de 80 mil pessoas diretamente e gerou mais de 400 mil vagas indiretas no final de 2014, conforme dados do Sinaval. “Aqui vimos estaleiros com capacidade instalada, mas gerando emprego e renda muito aquém daquilo do que poderiam. Estamos numa caminhada importante pela retomada da indústria naval, setor estratégico para o Brasil, e a nossa Frente Parlamentar está fazendo a sua parte”, disse Lindenmeyer.
A visita técnica teve a participação de representantes da Petrobras, Transpetro, Sinaval (estaleiros), Conttmaf (marítimos), Abac (armadores de cabotagem), Abimaq (fornecedores), Emgepron [Empresa Gerencial de Projetos Navais], IBP (operadoras de petróleo e gás), além de lideranças sindicais nacionais e da região. Também estiveram presentes representantes da Secretaria de Energia e Economia do Mar (Seenemar/RJ) e políticos que acompanham temas relacionados à indústria naval.
Após as visitas, os integrantes da Frente reuniram-se com reitores da Universidade Federal Fluminense (UFF), Antônio Cláudio da Nóbrega, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Cláudia Gonçalves, e da Universidade Federal Rural (UFRRJ), Roberto Souza, e promoveram uma reunião pública, na UFF, para dialogar sobre as perspectivas de retomada da indústria naval no Brasil.
Lindenmeyer defendeu que o fortalecimento da indústria naval brasileira deve estar no centro de uma política de reindustrialização do país. Ele destacou que a retomada dos investimentos das indústrias naval, offshore e de navipeças a partir dos anos 2000, trouxe impactos importantes sobre a economia brasileira, como forte geração de emprego e renda, além do desenvolvimento de uma rede de fornecedores nacionais de insumos, peças e componentes. O presidente da Frente também chamou a atenção para as oportunidades de expansão, atraindo inovação e novas tecnologias em produtos e processos, acompanhando a expansão do segmento de produção de plataformas offshore.