Após presença em instalações em Santa Catarina, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Bahia com representantes da indústria, grupo prepara relatório para impulsionar atividades ligadas à indústria naval
A Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Naval Brasileira deve realizar novas visitas técnicas em 2024, no Amazonas e Pernambuco. Na última segunda-feira (27), o grupo visitou os estaleiros Brasil Sul (Thyssenkrupp) e Detroit Brasil, em Itajaí (SC). Ao longo do ano, a comitiva da Frente também realizou visitas técnicas nos estaleiros de Rio Grande (RS), São José do Norte (RS) e Rio de Janeiro. Em Maragogipe (BA), ao lado de deputados da Comissão de Finanças da Câmara, a Frente visitou o estaleiro Enseada. A agenda tem como objetivo a elaboração de um relatório das atividades ao longo do ano, indicando sugestões construídas em conjunto com as diversas entidades colaborativas que compõem o colegiado no Congresso Nacional. O documento apontando um diagnóstico e as propostas para a retomada da indústria naval será entregue em dezembro à presidência da República.
O presidente da Frente, deputado federal Alexandre Lindenmeyer (PT-RS), destacou que os estaleiros em Itajaí contam com infraestrutura de padrão internacional e tecnologia de ponta para atender às diversas necessidades de seus clientes, o que contribui para a retomada os empregos nesse setor, que já empregou mais de 80 mil trabalhadores no final de 2015, segundo dados do Sinaval. “Estamos trabalhando muito através da Frente Parlamentar para que vejamos a retomada com força desse setor estratégico que é a indústria naval, que gera emprego e renda, agrega tecnologia nacional, gera impostos e é fundamental para a soberania nacional”, disse Lindenmeyer.
Participaram da visita técnica representantes dos estaleiros (Sinaval), fornecedores de equipamentos (Abimaq), da Petrobras, da Transpetro, da Emgepron [Empresa Gerencial de Projetos Navais], do Instituto Brasileiro do Petróleo (operadoras de petróleo e gás), além de representantes do Sesi/Senai-SC e sindicatos locais e nacionais que vêm acompanhando as agendas da Frente e verificado in loco a capacidade instalada ociosa da nossa indústria naval.
Durante a visita aos estaleiros catarinenses, os parlamentares e os representantes de empresas e de entidades colaborativas conheceram as estruturas das instalações, bem como os desafios do setor e a rotina dos trabalhadores que realizam atividades no reparo, modernização e na construção de embarcações de médio e grande porte. “Visitamos os estaleiros para conhecer suas estruturas e capacidades, mas também para ouvir as demandas do setor, daquilo que é estratégico para que a nossa indústria se torne mais competitiva. Queremos gerar construções para dentro do Brasil, mas também disputar mercados internacionais”, afirmou o deputado.
A vice-regional da Frente, deputada federal Ana Paula Lima (PT-SC) destacou que a nova edição do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançada em agosto, incluiu a construção de 4 fragatas classe Tamandaré e mais 10 navios patrulha. “Temos mão de obra qualificada e parques fabris de excelência. Mas infelizmente, nos últimos anos, tivemos uma grande destruição dessa economia tão importante, afetando nossa soberania nacional”, comentou a parlamentar.
Carteira dos estaleiros de Itajaí
No começo de novembro, a thyssenkrupp Estaleiro Brasil Sul realizou um evento interno para marcar o início do corte de aço do segundo navio da Classe Tamandaré, que será batizado de fragata Jerônimo de Albuquerque (F201). A construção desta embarcação seguirá em paralelo à edificação da fragata Tamandaré (F200), cujo lançamento está previsto para ocorrer em meados de 2024. O Programa Fragatas Classe Tamandaré (PFCT), gerenciado pela Emgepron, prevê a construção, em território nacional, de quatro navios de defesa de alta complexidade tecnológica para a Marinha do Brasil.
A carteira atual do Detroit Brasil conta quatro rebocadores azimutais, além de alguns reparos já previstos para 2024. No curto prazo, a principal aposta do Detroit Brasil está no mercado de apoio marítimo. A avaliação do grupo é que a chegada de novas plataformas e a necessidade de renovação dos ativos para atendimento de novos requisitos operacionais resultará na contratação de novas embarcações junto aos estaleiros nacionais.