Petrobras prepara contratação de plataforma para Marlim Sul e Leste enquanto reavalia unidade de Albacora

  • 09/05/2024

“Os fornecedores estão enfrentando diversos desafios, então a gente não tem dúvida que a gente vai precisar abraçar esses fornecedores”, afirma Carlos Travassos.

HOUSTON, TX – A Petrobras pretende lançar até o final de 2024 o edital do novo FPSO para os campos de Marlim Sul e Marlim Leste, na Bacia de Campos, enquanto reformula o processo para a contratação da plataforma de Albacora, na mesma bacia.

Em entrevista ao estúdio epbr durante a durante a Offshore Technology Conference (OTC) 2024, em Houston (Texas), nesta quarta (8/5), o diretor executivo de engenharia, tecnologia e inovação da estatal, Carlos Travassos, disse que a empresa  encerrou sem sucesso a negociação das propostas apresentadas para o FPSO da revitalização de Albacora

Segundo o executivo, existe a possibilidade de que a estatal opte por contratar uma unidade própria, no lugar do afretamento.

Do mesmo modo, a empresa está avaliando a possibilidade de ter uma unidade própria no projeto de Sergipe-Alagoas Águas Profundas (SEAP), que também enfrenta dificuldades de contratação.

No momento, a Petrobras tem salas de colaboração com o mercado para recolher sugestões e melhorar a proposta para a plataforma afretada em Albacora.

“Ou a gente pode redesenhar totalmente esse processo, é uma opção também, por exemplo, partir para uma unidade própria, e ver como é que a gente endereça as questões que levaram a baixa competitividade”, disse.

Travassos assegurou que a definição sobre o tipo de contratação para Albacora vai ocorrer ainda este ano, mas disse que o prazo para o lançamento da nova concorrência “vai depender da proposta ou da solução que vai ser apresentada”. O início da operação está previsto para 2027, segundo o plano de negócios 2024-2028 da estatal.

O planejamento da companhia prevê a entrada em produção de 14 novas plataformas até 2028, das quais dez estão contratadas. Além de Albacora e das duas unidades de SEAP, a outra unidade com contratação pendente é para o projeto de Barracuda e Caratinga, cuja proposta deve ser entregue nos próximos meses.

Plataforma própria de Sergipe deve adiar primeiro óleo

No caso do projeto de Sergipe, Travassos lembrou que um dos desafios é a alta taxa de conteúdo local. Os processos de contratação já precisaram ser estendidos duas vezes, com ajustes nos pedidos, devido sobretudo às dificuldades de financiamento das proponentes. A previsão é de apresentação de propostas em junho. As unidades receberam autorização em março para uso dos recursos do Fundo de Marinha Mercante (FMM).

Em paralelo, as equipes da estatal estão desenvolvendo o projeto básico de engenharia do projeto de SEAP caso a empresa desista do afretamento e escolha contratar uma unidade própria.

A previsão é de entrada em operação da primeira unidade na costa sergipana em 2028, mas Travassos admitiu que deve haver uma alteração nos prazos se a escolha for a unidade própria. Ele ressaltou, entretanto, que a decisão não deve levar a impactos na curva de produção prevista para a empresa nos próximos anos.

“Com uma unidade própria é bem difícil conseguir manter esse prazo, porque a gente precisa do tempo de design, do tempo de projeto. Caso a gente tenha sucesso no certame, aí diria que o prazo está mantido”, afirmou.

Já a entrada em produção da nova unidade de Marlim Sul e Leste está fora do horizonte do planejamento atual e deve ocorrer apenas depois de 2029. Travassos lembrou que os projetos de revitalização da campos levam a um aumento de eficiência.

A estatal foi reconhecida com o prêmio Distinguished Achievement Award, da OTC, pela revitalização do campo de Marlim, na Bacia de Campos, onde nove plataformas antigas foram substituídas por dois FPSOs.

O projeto reduziu em 55% a emissão de gases de efeito estufa na produção do campo e pode levar a empresa a produzir um volume acumulado adicional de 860 milhões barris de óleo equivalente no campo.

Segundo o diretor, há iniciativas de revitalização em outros campos em análise na estatal. Travassos destacou ainda que a indústria de petróleo e gás está passando por dificuldades de acesso à financiamento.

“Os fornecedores estão enfrentando diversos desafios, então a gente não tem dúvida que a gente vai precisar abraçar esses fornecedores, estar próximo desses fornecedores, escutá-los muito bem, entender as necessidades e as dores do mercado”, afirmou.

Fonte: Agência EPBR
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