Governo deverá anunciar em breve novas medidas de apoio à indústria naval, incentivando pesquisa e cadeia de fornecedores
Uma pesquisa feita entre os usuários de recursos do Fundo da Marinha Mercante (FMM), em 2023, estimou que a demanda por recursos para indústria naval alcança cerca de R$ 37 bilhões (2024–2027), com geração de 100 mil empregos.
Levantamento feito pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), junto com Senai e Sesi aponta um crescimento nos postos de trabalho de 30% no Rio e 20% no país no período 2019–2023. “Este cenário também se reflete nos primeiros cinco meses deste ano, com uma alta de 4,8% no Rio de Janeiro e 4,2% no Brasil em relação a 2023. Em todo o país, foram mapeados 178 mil empregos no período”, destaca a 6ª edição do Panorama Naval no Rio, publicação bianual lançada nesta terça-feira em evento na sede da Federação.
Sinaval destaca perdas entre 2014 e 2019
Identificar os entraves que dificultam o desenvolvimento da indústria naval local integram o capítulo abordado na publicação pelo Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval). O artigo destaca o impacto da queda de 82 mil empregos em estaleiros no país, em 2014, para 21 mil em 2019, resultando em perdas de R$ 32 bilhões para a economia local.
O Sinaval cita que o Governo Federal está próximo de anunciar as primeiras medidas para o fomento à indústria naval, com foco na capacitação de mão de obra, fortalecimento da cadeia de fornecedores, investimentos em pesquisa, questões tributárias, compras públicas e mecanismos de financiamento. Estima-se que ao menos 16 estaleiros no país têm condições técnicas de disputar contratos para a construção de navios e embarcações de apoio offshore.
Em julho, entidades setoriais apresentaram ao governo um conjunto de propostas com o objetivo de aumentar a participação da indústria local de bens e serviços no setor de petróleo e gás natural. A ideia é garantir conteúdo local mínimo que dê segurança aos investimentos.
O Sinaval, a Associação Brasileira de Engenharia Industrial (Abemi) e a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) reafirmaram a necessidade de uma política de conteúdo local previsível e juridicamente estável para atrair investimentos e utilizar a capacidade ociosa da indústria nacional.