Engenheiro tem como missão dar sequência ao processo de reestruturação do Mauá em busca de novos contratos de construção e atração de novas oportunidades para estaleiros Eisa, Brasa e Cassinú
O Estaleiro Mauá anunciou, na última terça-feira (20), durante a 18ª Navalshore, Miro Arantes para o cargo de CEO do grupo que, além do estaleiro da Ponta D’Areia, em Niterói (RJ), tem planos para os estaleiros Brasa e Cassinú e para o Eisa, na Baía de Guanabara. Arantes é engenheiro e tem passagem por uma série de estaleiros em sua trajetória, em diferentes ciclos da indústria naval no país. Ele tem como missão dar sequência ao processo de reestruturação do Mauá em busca de novos contratos de construção, o que ainda depende de geração de demanda e novas oportunidades no setor.
O empresário German Efromovich destacou que Arantes soma experiência com a atual equipe do diretor-presidente, Geraldo Ripoll, que obteve êxito no processo de aprovação do plano de recuperação. “Com o anúncio da chegada de Miro e com nossa equipe, o Mauá vai voltar a ser o que sempre foi e mais ainda”, afirmou Efromovich, que é acionista do grupo Synergy, que controla o estaleiro.
Efromovich destacou que a recuperação judicial do estaleiro foi aprovada e aguarda homologação. “Estamos cumprindo as regras com o plano de recuperação judicial apresentado. O Mauá está conseguindo cumprir os compromissos com o plano de recuperação. Foi uma época bastante complicada e difícil para nós”, disse o empresário.
O diretor comercial do Mauá, Arialdo Félix, acrescentou que o estaleiro precisou focar na diversificação de atividades, como reparo, fabricação de estruturas subsea, base de apoio logística e que está pronto para a construção de embarcações e de módulos. O Mauá, que antes da crise do setor chegou a contar com cerca de 6 mil trabalhadores, vem se recuperando e já conta com 1.280 colaboradores em seu quadro.
Félix contou que o Mauá está com todos os oito berços lotados, além do dique, que tem serviços contratados já até o final de 2024. O estaleiro da Ponta D’Areia hoje está focado em reparo, construção naval e estruturas metálicas offshore. O Brasa deve manter a vocação para construção de módulos e área de apoio, enquanto o Eisa está se preparando para atuar no desmantelamento de embarcações. Há ainda planos do grupo para o estaleiro Cassinú, na região do Gradim, em São Gonçalo (RJ).
“Temos um conjunto de estaleiros (Eisa, Mauá e Brasa) localizados na Baía de Guanabara. Em termos de logística e histórico da indústria naval, de obras feitas aqui, temos condições de oferecer tudo que clientes, nacionais ou estrangeiros precisam”, disse Efromovich.
Arantes destacou que será usada a marca ‘Estaleiro Mauá’, que é muito forte e tem tradição no setor. Em relação à licitação da Transpetro para construção de quatro navios classe Handy, o CEO do Mauá disse que o momento é de precificação do navio. Ele também contou que o estaleiro mantém conversas com potenciais parcerias tecnológicas, mas não comentou quem seriam esses parceiros e se são nacionais ou estrangeiros.