Indústria naval tem proteção nos EUA e na China; só Brasil não pode?

  • 27/01/2025

Licitação da Petrobras, contestada por uma entidade, vai gerar 30 mil empregos no País

De acordo com a OCDE, a China adota 12 medidas de apoio à sua construção naval, algumas se constituindo em subsídios, claros ou disfarçados, enquanto os Estados Unidos possuem 6 medidas de proteção e apoio. “No Brasil, há apenas uma política de incentivo, insuficiente para corrigir as assimetrias competitivas que resultam na exportação de nossos empregos para outros países e prejudicam o desenvolvimento da indústria naval nacional e das indústrias que compõem sua extensa cadeia de fornecimento de peças, equipamentos e serviços especializados”, afirma o Sinaval, em nota sobre a contestação de recente licitação da Petrobras.

O questionamento da concorrência foi feito pela Logística Brasil – Associação Brasileira dos Usuários dos Portos de Transportes e da Logística. A entidade contesta a exigência de 40% de conteúdo local. O Sinaval, sindicato que representa a indústria naval, rebate os argumentos. Lembra que outras licitações, inclusive vencidas por empresas estrangeiras, também continham critérios de apoio à indústria nacional e nunca foram questionadas.

“Fomos informados que, durante o período em que o edital esteve aberto, algumas empresas buscaram, sem sucesso, formas de favorecer a construção dessas embarcações em estaleiros da China, o que prejudicaria não apenas a indústria nacional, mas também o mercado de trabalho brasileiro”, sustenta a nota do Sinaval.

O segmento de construção de embarcações de apoio marítimo, objeto da licitação contestada, é um dos segmentos mais competitivos da indústria brasileira. Nos últimos 20 anos, foram entregues quase 300 embarcações por estaleiros nacionais. “A construção das 12 embarcações previstas no contrato atual demandará, de forma direta, cerca de 6 mil novos postos de trabalho, além de mais 24 mil empregos indiretos, movimentando a economia e trazendo impactos sociais positivos para diversas regiões do País, que também se beneficiam com uma substancial arrecadação de impostos”, defende o sindicato.

Fonte: Monitor Mercantil – Marcos Oliveira
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