FPSO Almirante Tamandaré alcança produção média de 270 mil barris por dia e Petrobras projeta nova alta na produção de Búzios

  • 28/10/2025

Começou oficialmente a feira OTC Brasil 2025. A presidente da Petrobrás, Magda Chambriard, participou da cerimônia de abertura do evento e falou rapidamente com jornalistas após seu discurso. A executiva revelou que o FPSO Almirante Tamandaré, no campo de Búzios, atingiu um novo feito operacional importante. A plataforma, projetada para produzir até 225 mil barris por dia, alcançou um recorde diário de 282 mil barris por dia.

Além disso, a Petrobrás avalia que será possível alcançar uma produção média de 270 mil barris por dia na unidade, tendo em vista a alta produtividade dos poços conectados. Magda também voltou a falar dos planos para elevar a produção de Búzios para 1 milhão de barris por dia, mas anunciou uma meta ainda mais ousada. Segundo a presidente da estatal, o campo pode também se aproximar da marca de 2 milhões de barris por dia a partir da entrada de novas plataformas no ativo.

 

Como a empresa quer se posicionar em relação ao tema da transição energética durante a feira?

A liderança do Brasil na transição energética é uma realidade. É uma história de sucesso construída ao longo de décadas. Gosto de lembrar que a Petrobras foi um dos pilares da introdução do etanol no país, e hoje o etanol é uma realidade. No início dos anos 2000, também estivemos à frente do desenvolvimento do biodiesel no Brasil. A Petrobras realizou o primeiro projeto de energia eólica onshore em território nacional. Além disso, o Brasil tem uma matriz energética única e o país chegou a 2025 com 54% de fontes renováveis. Se isso não é liderança em transição energética, eu realmente não sei o que é.

Hoje a Petrobras responde por cerca de 31% de toda a energia consumida no Brasil. Nossa meta é crescer junto com o país até 2050, mantendo essa participação em um cenário de maior demanda. Isso significa um crescimento de, pelo menos, 60% para a Petrobras. E faremos isso com muito trabalho, com inserção de renováveis significativa. Para que isso seja feito, precisamos de muitos investimentos em pesquisas e desenvolvimento que estão sendo realizadas nesse momento.

Durante o discurso de abertura, a senhora mencionou que o FPSO Almirante Tamandaré atingiu o patamar de 282 mil barris por dia. Esse volume deverá permanecer?

Nesse momento, o que estamos considerando é uma produção de 270 mil barris por dia no FPSO Almirante Tamandaré. Isso é uma conquista enorme. Estamos falando de uma plataforma que foi projetada para 225 mil barris por dia, e que agora ultrapassa essa marca sem nos investimentos. Isso é resultado de muito investimento, esforço conjunto da Petrobras e de seus fornecedores, em um momento de queda no preço do petróleo. Enfrentamos esse cenário com tecnologia e resiliência.

A senhora mencionou também, ainda durante o seu discurso, que a Petrobrás espera registrar em breve uma produção de 1 milhão de barris de petróleo por dia em Búzios. Além disso, comentou também que o campo poderia alcançar até mesmo o patamar de 2 milhões de barris por dia. Poderia falar mais sobre essas projeções?

Eu não prometerei 2 milhões. O que eu posso dizer é que o campo de Búzios se aproximará desse patamar de 2 milhões de barris por dia. Mas precisamos aguardar as novas plataformas que já estão sendo construídas, bem como a P-78 e a P79 que está chegando, e mais adiante as P-82, P-84, P-85 e o FPSO Búzios 12.

Poderia falar também sobre a recente perfuração na Bacia da Foz do Amazonas? Além do poço pioneiro, a empresa já está trabalha com a possibilidade de perfurar os três poços contingentes?

No caso da Margem Equatorial, a licença de perfuração atualmente se restringe ao poço pioneiro. Quando fizemos o pedido, incluímos esse poço pioneiros e outros três poços contingentes. Mas ainda não estamos discutindo os contingentes, porque, como o nome diz, dependem do sucesso do poço pioneiro. Então precisamos esperar o resultado. Entendo a ansiedade, mas temos que seguir o processo e esperar para ver o que vai acontecer. Espero que sejam boas notícias.

À medida que formos perfurando, teremos uma noção mais clara do que será necessário. Quero registrar aqui o grande esforço do governador Clécio Luís, do Senador Davi Alcolumbre  do Senador Randolfe Rodrigues na construção desse futuro possível para o offshore do Amapá. Esse é um passo muito importante para o Brasil. Sempre digo: não existe futuro para uma empresa de petróleo sem exploração. O Brasil é um país continental, com potencial petrolífero de norte a sul.

Hoje falamos do Amapá, mas a Bacia de Pelotas, no Rio Grande do Sul, também faz parte desse desafio. Somos uma das dez maiores economias do mundo, mas nosso esforço ainda está concentrado no Sudeste. Enquanto isso, a fome está na Amazônia como um todo. Precisamos ser capazes de democratizar a energia acessível e sustentável em todo o território nacional.

Como a Petrobrás quer equilibrar desenvolvimento e sustentabilidade?

Dez ou quinze anos atrás, diziam que o pré-sal seria inviável: que seria caríssimo, teria muito CO₂, seria inalcançável. Mas com muito investimento em pesquisa e desenvolvimento, o pré-sal brasileiro hoje tem uma das menores pegadas de carbono do mundo e é economicamente viável. Cerca de 75% da produção de petróleo do Brasil vem do pré-sal — algo que, há 15 anos, poucos acreditavam ser possível. Seguiremos firmes nas metas do Acordo de Paris e na descarbonização das nossas operações. A transição energética está nos levando cada vez mais para as moléculas verdes e para a eletrificação. Essa nova economia será baseada em pesquisa, desenvolvimento e muito esforço— trabalho que a Petrobras tem feito com empenho.

Quando o novo plano de negócios da companhia será divulgado?

Nosso plano de negócios será divulgado no dia 27 de novembro.

Fonte: Petronotícias
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