Cada navio construído representa a reunião de diversas tecnologias, nas mais diversas áreas do conhecimento, sempre no seu estado mais avançado. O mar é um ambiente dinâmico e um navio, com sua carga total, depende da integridade da sua estrutura para suportar o impacto e o balanço das ondas. É projetado para isso. No seu projeto de engenharia essas tensões são consideradas. A engenharia naval, do projeto básico ao detalhamento, é a primeira tecnologia incorporada.
Em seguida temos a tecnologia da fabricação dos materiais, os diversos tipos de aço utilizados, da chapa grossa estrutural aos diversos tipos de aço liga. Em seguida temos a tecnologia de fabricação do sistema de tubulações, dos cabos elétricos, dos painéis de controle e distribuição de energia, dos motores auxiliares e geradores. A tecnologia das divisórias navais (a prova de fogo) e do mobiliáro das áreas de hospedagem. São, em sua maioria, equipamentos de fornecimento de empresas locais.
As áreas com predominância dos fornecimentos internacionais são os sistemas de propulsão, os motores principais, o sistema de comando e direção do navio, incluindo os sistema de automação do leme, os sistemas de radar e posicionamento dinâmico e os sistemas de comunicação via satélite que permitem a transmissão de dados em tempo real e a comunicação via Internet.
Existe tecnologia de operações transferida aos marítimos e oficiais de marinha mercante, através de sistemas de simulação de operações marítimas em tempo real.
Há tecnologias no sistema de tratamento efluentes, nas cozinhas industriais e nas lavanderias. São inúmeras oportunidades de trabalho e aprendizado que a construção naval e a operação marítima oferece aos jovens.
Ariovaldo Rocha
Presidente do SINAVAL – Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore
Artigo para o jornal O Fluminense