Cerca de 330 funcionários foram demitidos do Estaleiro Atlântico Sul (EAS) nos últimos dois dias, segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Estado de Pernambuco, Henrique Gomes. Os trabalhadores desligados atuavam nos setores de apoio, como transportes, andaimes, logística e manutenção, entre outros. Instalado no complexo de Suape, o estaleiro vem sofrendo com as consequências da Operação Lava Jato, um esquema de propina milionário envolvendo os diretores da Petrobras, políticos e diretores de algumas das mais importantes empreiteiras brasileiras.
“De janeiro até agora, já foram cerca de duas mil demissões, o que nos preocupa muito”, afirma Henrique Gomes, acrescentando que essas empresas estão perdendo uma mão de obra qualificada.
Segundo ele, a preocupação maior ocorre porque está ocorrendo uma desaceleração dos investimentos realizados pelos estaleiros e há rumores de que mais funcionários serão demitidos esta semana. O sindicato está articulando um protesto na próxima sexta-feira, mas não está definido o horário e o local, de acordo com informações do sindicato.
As empresas do setor de petróleo e naval estão num período turbulento. Além da Operação Lava Jato, também ocorreu a queda no preço do barril do petróleo. Os dois fatores (a Lava Jato e a queda no preço do barril) provocaram uma redução dos investimentos já anunciados pela Petrobras, a principal compradora de embarcações e sondas para explorar petróleo no País.
Com a crise, o EAS está com menos recursos e tem atrasado o pagamento de alguns dos seus fornecedores, que também reduziram o quadro de pessoal. A assessoria de imprensa do EAS foi contatada, mas não se pronunciou até o fechamento desta edição.