Ao mesmo tempo em que conclui uma operação de socorro à Sete Brasil, a Petrobras começa a pôr em prática um plano de desativação de sua frota própria de sondas de perfuração de poços em águas profundas. A primeira unidade, a P-23, já foi paralisada e a expectativa é que as outras três sigam o mesmo caminho.
Mais moderna entre as sondas próprias da estatal, a P-23 será levada a um estaleiro, onde será “hibernada” –ficará ancorada, recebendo só serviços necessários de manutenção de equipamentos. Segundo o Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), a estatal já comunicou que a P-10 será a próxima. O sindicato fala em 80 a 100 demissões por unidade desativada.
Segundo a companhia, “a hibernação de sondas de perfuração, que resulta em custos menores, é consequência da diminuição da demanda por esse tipo de equipamento em função da redução do nível de atividades.” Para enfrentar a crise financeira e o novo cenário de preços do petróleo, a estatal anunciou neste ano corte de investimentos e prioridade no desenvolvimento de reservas já descobertas.
Desde o início do ano, vem rompendo ou deixando de renovar contratos de aluguel de sondas. Segundo dados do site especializado “Rigzone”, a frota brasileira em operação caiu, em um ano, de 57 para 48 sondas.
Excesso de oferta
A retração das atividades da Petrobras contribui para o mau momento do mercado mundial de sondas. Nesta semana, interrompeu mais um contrato internacional, com a norte-americana Vantage Drilling, argumentando descumprimento de cláusulas contratuais. A fornecedora anunciou que vai a arbitragem.
A empresa já havia feito o mesmo com a brasileira Schahin, que tinha contrato para operar cinco unidades, e com as estrangeiras Pacific Drilling, Seadrill e Transocean.
De acordo com o “Rigzone”, a taxa de utilização global de sondas de águas profundas é hoje de 65,4%, uma queda de 12,6 pontos percentuais com relação ao mesmo período do ano anterior.
A ociosidade tem derrubado os preços: a diária de uma sonda de águas profundas caiu, no mesmo período, de US$ 600 mil para US$ 220 mil, quase a metade dos US$ 400 mil que a Petrobras se comprometerá a pagar pelas sondas da Sete Brasil.
Ontem, ao divulgar seu balanço do segundo trimestre, a Seadrill diz estimar que o excesso de capacidade no mercado durará, pelo menos, até o fim de 2017. Segundo a companhia, “a hibernação de sondas de perfuração, que resulta em custos menores, é consequência da diminuição da demanda por esse tipo de equipamento em função da redução do nível de atividades.”
Para enfrentar a crise financeira e o novo cenário de preços do petróleo, a estatal anunciou neste ano corte de investimentos e prioridade no desenvolvimento de reservas já descobertas. Desde o início do ano, vem rompendo ou deixando de renovar contratos de aluguel de sondas. Segundo dados do site especializado “Rigzone”, a frota brasileira em operação caiu, em um ano, de 57 para 48 sondas.