As recentes descobertas feitas pela Petrobras e seus parceiros no bloco BM-S-8, na Bacia de Santos, levaram o governo a aumentar as expectativas com relação ao potencial de óleo recuperável na camada pré-sal. Segundo o secretário de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia, Marco Antônio Almeida, o óleo recuperável na camada pré-sal pode superar a previsão conservadora de 35 bilhões de barris de óleo equivalente (BOE). Apenas no BM-S-8, o potencial, de acordo com ele, é de 1 bilhão de BOE.
“A parceria da Petrobras com a Barra [Energia] no BM-S-8 fez algumas descobertas que mudam completamente as perspectivas na Bacia de Santos. São descobertas com uma área pequena, mas espessura muito grande. Tem descobertas com 400 metros [de profundidade], mais 400 metros com óleo em áreas fraturadas embaixo. Então, são 800 metros com óleo. Isso muda completamente a perspectiva. Essas áreas podem dar até 1 bilhão de barris”, disse Almeida, em seminário do consulado britânico sobre oportunidades de negócios no setor petróleo, ontem, no Rio de Janeiro.
O BM-S-8 abriga o prospecto de Carcará, que tem indícios de grande potencial de vazão de óleo. O bloco pertence à Petrobras (operadora, com 66%), Galp (14%), Barra Energia (10%) e Queiroz Galvão (10%).
O diretor-presidente da Barra Energia, João Carlos de Luca, disse que ainda estão sendo feitos estudos para indicar o volume de óleo em Carcará, mas afirmou que os resultados da perfuração do primeiro poço foram considerados “excelentes”.
Os sócios aguardam a aprovação pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) da extensão do contrato de concessão do bloco, concluído em dezembro, para perfurar o segundo poço no local, previsto para o segundo semestre.
Sobre as queixas de petroleiras sobre a dificuldade da indústria brasileira em atender a demanda do setor, Almeida disse que é preciso olhar a argumentação dessas empresas com “bastante critério”. Segundo ele, a capacidade de fornecedores nacionais de bens e serviços está ociosa.
“A política de conteúdo local não visa dar reserva de mercado, mas dar potencial competitivo a quem se instalar no Brasil”, disse o secretário, descartando qualquer possibilidade de flexibilização das regras de cumprimento de conteúdo local do setor.