Rodada de licitação de petróleo habilita 64 empresas

  • 16/04/2013

Sessenta e quatro empresas foram habilitadas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para participar da 11ª rodada de licitação. A presença de empresas chinesas, que primeiro entraram no Brasil comprando ativos já em fase de desenvolvimento ou produção, é um destaque. Além da sino-espanhola Repsol Sinopec, foram habilitadas as estatais Sinochem e a CNOOC. Outras que fazem sua estreia são a estatal Petronas, da Malásia, a inglesa Chariot Oil & Gas e a gigante francesa de energia GDF Suez, que no Brasil só atua no setor elétrico por meio da Tractebel.

Entre as brasileiras habilitadas estão a Petrobras, Queiroz Galvão, OGX, HRT, Orteng, Petra Energia, a Ouro Preto e Petroreconcavo, só para citar algumas. Quatro empresas, a americana Vanco Brasil Exploração e Produção, a norueguesa Panoro Energy, e as brasileiras Petrosynergy e Resultado Óleo e Gás não obtiveram o aval da autarquia, em alguns casos por não apresentarem toda a documentação, e poderão recorrer. Outras duas, a Cisco Oil and Gas e a Alupar Investimentos desistiram do processo. Já a brasileira HRT pode ter sua categoria de habilitação modificada.

A HRT foi recentemente qualificada pela ANP como operadora “A”, que pode operar blocos em qualquer região, inclusive em águas profundas, mas a diretora-geral da autarquia, Magda Chambriard, questiona sua experiência. Isso porque o primeiro poço dela nessa profundidade começou a ser perfurado na Namíbia em março e só será concluído em três meses.

Ontem, Magda disse que a autarquia vai fornecer informações sobre o sistema de transmissão brasileiro para os participantes da 12ª rodada de licitações, que terá blocos com potencial para exploração de gás natural, inclusive não convencional. Essa rodada será realizada no fim de outubro.

O objetivo da ANP é estimular o uso do energético para a produção de energia a partir de novas termelétricas. Magda disse que a ideia, que é da presidente Dilma Rousseff, é baseada na experiência do empresário Eike Batista, que está construindo um complexo termelétrico em parceria da OGX e MPX com a Petra Energia, para utilizar o gás natural descoberto e produzido na bacia do Parnaíba (MA).

Os campos da OGX estão produzindo 3,5 milhões de metros cúbicos diários, consumidos por um complexo termelétrico. “Em vez de construir um gasoduto, eles decidiram entrar no leilão de energia e estão produzindo energia do lado do campo. Tudo precisa de uma âncora. E qual gasoduto iria ancorar um volume de 3,5 milhões de metros cúbicos/dia? Nesse caso, com as térmicas eles ancoram, viabilizam a produção e agora vão viabilizar a expansão da bacia”, comparou.

Em evento no Rio, Magda fez um detalhamento sobre as três rodadas da ANP, a 11ª, a exclusiva do pré-sal, e a 12 ª, que vão ser feitas neste ano. Defendeu o conteúdo local, mostrando um estudo do BNDES que projeta investimentos de R$ 354 bilhões pela indústria de óleo e gás no Brasil entre 2012 e 2015. Magda disse que não é possível imaginar que a indústria brasileira fique fora desse ritmo, mostrando outra projeção de que a demanda dessa indústria por bens e serviços será de US$ 400 bilhões entre 2013 e 2017.

Fonte: Fonte: Cláudia Schüffner e Rodrigo Polito – Valor Econômico – Do Rio