A política pública da construção naval no Brasil, definida a partir de 2003, foi estruturada a partir do conceito de formação de polos regionais da construção naval.
O Rio de Janeiro é o mais importante deles, pois tem a vantagem de contar com um conjunto de grandes estaleiros como o Estaleiro Ilha S/A (EISA), na Ilha do Governador; Estaleiro BrasFELS, em Angra dos Reis; Estaleiro Mauá, em Niterói; e o Estaleiro Inhaúma, na capital. Possui também um conjunto de estaleiros de médio porte como o Rio Nave, no Rio de Janeiro; e em Niterói os estaleiros: Aliança, Vard, Brasa, Mac Laren Oil. Em São Gonçalo está o Cassinu e o São Miguel. Esta variedade permite que o Rio de janeiro tenha a mais diversificada capacidade de construção naval do país, com impactos positivos na geração de empregos.
A implantação de polos regionais da construção naval tem o objetivo de descentralizar a indústria, aproveitar as vantagens comparativas existentes, a partir de terrenos com acesso ao mar, em condições de receber estaleiros que demandam grandes áreas de armazenagem, oficinas, diques secos e cais de acabamento.
Com essa filosofia foram construídos os polos de construção de Pernambuco e Rio Grande do Sul. Em Pernambuco, na área industrial do porto de Suape, foi instalado o Estaleiro Atlântico Sul e a implantação do Promar-Vard Suape já está em andamento. Já o polo do Rio de Grande do Sul se expande em duas regiões: em Rio Grande, com os estaleiros Rio Grande e Quip; e com o Estaleiro Brasil (EBR), em São José do Norte, e com as unidades industriais localizadas em Charqueadas.
O polo naval de Santa Catarina, em Navegantes, foi ampliado com a expansão dos estaleiros Detroit e Keppel Sigmarine e a implantação do Navship. Em Itajaí, o Construção Naval Itajaí dá continuidade à tradição de construção de navios gaseiros. Estão surgindo dois novos polos navais: no Espírito Santo, com o Estaleiro Jurong Aracruz (EJA); e na Bahia com o Estaleiro Enseada do Paraguaçu (EEP). Ambos em implantação para a construção de navios-sonda.
O Amazonas tem polo naval em implantação. A nova zona industrial vai abrigar sete estaleiros de médio porte, com investimentos locais e internacionais. Esta diversificação aponta para uma sustentabilidade da construção naval que é capaz de atender demandas locais e do setor offshore.
Ariovaldo Rocha
Presidente do SINAVAL – Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore