O coordenador executivo do Prominp, Paulo Sergio Rodrigues Alonso, informou planos para a construção de um centro de excelência para a indústria naval no Brasil. O anúncio do projeto foi destaque na apresentação realizada pelo assessor da presidência da Petrobras para Conteúdo Local e durante evento promovido pela Câmara de Comércio Brasil – Texas (Bratecc), dia 08/05/2013, em Houston, em evento paralelo à Offshore Technology Conference (OTC).
Paulo Alonso ressaltou que, hoje, o maior desafio para alavancar o pré-sal está na indústria naval e nos estaleiros. “O slogan da NASA cabe bem nesta situação ‘Falhar não é uma opção’. Estamos trabalhando junto com os estaleiros para que possamos atender a demanda e manter a agenda definida em nosso Plano de Negócios, eles não podem falhar. Os desafios são muitos para alcançar um benchmark no setor da construção marítima e para isso seria absolutamente essencial a parceria com empresas internacionais e universidades”, concluiu o executivo.
Hoje a média de conteúdo local nas operações de exploração e produção da Petrobras fica entre 55% e 65%. “Para os outros 35% precisamos do apoio das empresas internacionais para conseguir desenvolver nossos projetos, entendemos que a associação com empresas internacionais é a melhor solução para os gargalos tecnológicos, além do trabalho feito em parceria com universidades para alcançar resultados no longo prazo”, explicou.
Paulo Alonso ressaltou o crescimento da demanda de bens e serviços para a indústria naval nos próximos cinco anos. “Todas as contratações da Petrobras são baseadas em padrões internacionais, então sabemos quanto vai custar cada equipamento e serviços dentro do projeto”.
O executivo também destacou a política de conteúdo local da Petrobras, o Prominp (Programa Nacional de Mobilização da Indústria do Petróleo) e a importância do crescimento da indústria naval brasileira. “Enquanto a produção de petróleo e gás continua crescendo com o desenvolvimento do pré-sal, as oportunidades de investimentos e parcerias no setor vão continuar a crescer para investidores de toda a cadeia de petróleo. Por conta das operações no pré-sal e pela magnitude do nosso plano de negócios, perspectivas e particularidades da exploração em águas profundas, não podemos usar equipamentos prontos, precisamos desenvolver tecnologia de ponta e os equipamentos para atender essa demanda”, afirmou.
“As empresas internacionais interessadas em se estabelecer no Brasil são bem-vindas e poderão trabalhar em parceria com empresas brasileiras, ou mesmo sozinhas”, concluiu Paulo Alonso.
Outro destaque foi a apresentação realizada por Bráulio Bastos, gerente executivo de Engenharia para Empreendimentos de Exploração e Produção que detalhou o Plano de Negócios da Empresa, ressaltando a previsão de crescimento da curva de produção nos próximos sete anos por conta de novos projetos de produção.
“Esse crescimento está ligado à qualidade das oportunidades de investimentos e a Petrobras tem muitas vantagens estratégicas como, por exemplo, o crescimento do mercado e da indústria do petróleo como um todo, proximidade das áreas de exploração e a base de infraestrutura que já existe no Brasil, além da vantagem de sermos uma companhia integrada de petróleo”.
A diretora geral da ANP, Magda Chambriard, também foi uma das palestrantes e destacou as oportunidades de exploração de gás no Brasil, que deve dobrar em um futuro próximo por conta do potencial do pré-sal e o trabalho desenvolvido para diminuir os riscos das operações e atrair investimentos de empresas públicas e privadas.
O evento também contou com a presença de Cláudio Nunes, presidente recém eleito das operações da Petrobras nos Estados Unidos e da Câmara de Comércio Brasil Texas.
Oportunidades de negócios
No dia anterior, o coordenador executivo do Prominp, Paulo Sergio Rodrigues Alonso, também participou de um café da manhã promovido pelo jornal Financial Times e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Eventos (APEX). Em conjunto com Ronaldo Martins, gerente de gestão de relacionamentos da área de suprimentos da Petrobras, apresentou oportunidades de negócios na cadeia de produção no Brasil e os desafios do mercado de petróleo e gás.
Martins ressaltou que a Petrobras começou a ter mais foco na indústria brasileira e na expansão do conteúdo local de bens e serviços a partir da década de 60, quando passou a substituir parte dos materiais que eram importados.
Nos últimos cinco anos, já foram investidos nas operações da Petrobras mais de U$240 bilhões, o que resulta em grandes oportunidades para empresas que queiram trabalhar com a Companhia: “essas empresas devem entender nossas necessidades, entender como fazemos negócios, as necessidades técnicas e o ambiente que envolve essas necessidades e a estratégia de suprimentos que estamos traçando para nossos maiores fornecedores”, afirmou.
Na ocasião, Ronaldo Martins também destacou o portfólio robusto da Petrobras, atípico na situação econômica atual: “O mercado tem grandes oportunidades para as empresas fornecedoras de serviços e de engenharia que já estão instaladas no Brasil e, também, para as que estão interessadas em se instalar no país. Para desenvolver o nosso portfólio, estamos buscando estabelecer parcerias e negócios concretos de longa data com empresas que querem investir no Brasil”, concluiu o executivo.