Queiroz Galvão quer chegar a 3ª maior do país com óleo do pré-sal

  • 13/06/2013

O pré-sal é a fronteira do futuro para Lincoln Guardado, presidente da QGPG (Queiroz Galvão Petróleo e Gás). Enquanto espera o leilão dos blocos de petróleo, em outubro, a empresa conta com os ativos já existentes e que estão em desenvolvimento, como os campos de Oliva e Atlanta e Carcará, ambos na bacia de Santos, em São Paulo, onde se encontram os campos gigantes do pré-sal.

Hoje com tímidos 19 mil barris de óleo e gás diários de produção em Manati (na bacia de Camumu, BA), contra os 2 milhões da líder Petrobras, a empresa caçula do sexagenário grupo Queiroz Galvão quer ser a terceira petroleira do país.

Atualmente, a QGPG nem aparece nas estatísticas da ANP (Agência Nacional do Petróleo), que só levam em conta a produção das operadoras dos campos.

O campo de Manati, maior campo de gás do Brasil, é operado pela Petrobras.

AUMENTO DE CAPITAL

Mas o foco no pré-sal pode inclusive levar a QGPG a promover um aumento de capital para participar da acirrada disputa que se vislumbra para o campo de Libra, no primeiro leilão do pré-sal, que deve atrair as gigantes asiáticas e outras grandes do petróleo mundial.

O presidente prevê participação da empresa entre 10% a 15% “no máximo” em algum consórcio.

Oitava maior compradora do leilão da ANP (Agência Nacional do Petróleo), a QGPG espera ter na disputa do pré-sal a mesma mira que teve na 11ª rodada, quando arrematou 8 de 10 blocos cobiçados.

Gerida “por 15 anos como uma diretoria dentro da Queiroz Galvão Óleo e Gás” e criada, de fato, após oferta inicial de ações de 2011, a QGPG herdou a fatia no campo de Manati, de onde vem sua receita atual.

Mas a maior mudança da empresa até o momento, reconhece, foi a fatia adquirida no bloco BM-S-8, dentro da chamada “picanha do pré-sal”, na bacia de Santos.

Lá, foi descoberto o campo de Carcará, a maior coluna já encontrada até hoje no pré-sal, com petróleo de boa qualidade de 31 graus API (medida que quanto mais próxima de 50 melhor é o óleo).

A coluna de óleo tem 471 metros, ante 326,4 metros do alardeado campo de Libra, que será leiloado em outubro pela ANP, e sem gás carbônico e sulfeto de hidrogênio, corrosivos encontrado na maioria do pré-sal.

De acordo com Guardado, apesar de ter apenas 10% de Carcará, o bloco “transformará a companhia”. Segundo o planejamento estratégico da Petrobras, Carcará iniciará a produção em 2018.

Ainda no pré-sal, a QGPG retoma, no próximo mês, a perfuração na bacia do Jequitinhonha, onde opera cercada de plataformas da Petrobras.

DÍVIDAS PREVISTAS

Com caixa de R$ 1 bilhão, a QGPG não terá problema para fazer o cheque de R$ 94,9 milhões que terá que entregar à ANP em agosto, na assinatura dos contratos de concessão.

Mesmo assim, a previsão é que a empresa contraia dívidas para garantir todos os investimentos previstos, nos antigos e novos blocos.

Operadora em 5 das 8 concessões conquistadas no leilão em cinco bacias diferentes, a QGPG reconhece que a 11ª rodada consolidou o perfil da companhia como operadora de águas profundas.

Fonte: Folha de São Paulo/DENISE LUNA DO RIO
13/06/2013|Seção: Notícias da Semana|Tags: , , |