Polo naval avalia como lidar com flutuação de vagas

  • 27/08/2013

Ao mesmo tempo que comemora a conclusão de mais uma plataforma, cujo batismo deverá contar com a presença da presidente Dilma Rousseff, Rio Grande se prepara para atravessar um intervalo entre projetos no polo naval. Até dezembro, conforme o secretário estadual do Trabalho, Luiz Augusto Lara, cerca de 11 mil pessoas serão desmobilizadas – algumas demitidas, outras transferidas para trabalhar em outros projetos.

O número, porém, não é consenso entre empresas e na prefeitura do município. Existe a previsão de que certo contingente de trabalhadores fique ocioso, mas a quantidade varia conforme a fonte da projeção. Para lidar com o problema, um comitê, capitaneado pela Petrobras e pelo governo do Estado foi criado para direcionar os trabalhadores excedentes. A intenção é realocar esses profissionais, o que já ocorreu outras vezes. A mais recente foi na Quip, empresa responsável pela construção de plataformas já concluídas.

Confirmação de plataformas aceleraria contratações

Ao término da montagem da P-63, em meados do ano, os trabalhadores foram reaproveitados na conclusão da P-55, que tem previsão de entrega para 16 de setembro. Depois disso, a tendência é de direcionamento para a P-58, que permanece no cais.

A Quip admite que terá de fazer algumas demissões, mas não confirma o número. Hoje, a empresa tem 9 mil funcionários. Conforme dados da Petrobras, o total de envolvidos nas obras do polo naval de Rio Grande, incluídos os fornecedores, chegaria a 19 mil. Mais sujeita às flutuações normais dos contratos, a Quip aponta tendência de manutenção de empregados em diversas áreas, como suprimentos, compras, departamento pessoal e, assim que os novos contratos forem assinados, engenharia.

Por isso, não há um cronograma oficial de desmobilização, até porque a empresa foi vencedora na licitação para construir as plataformas P-75 e P-77. A assinatura dos contratos deve ocorrer nos próximos dias, o que aceleraria as recontratações.

Uma dúvida é o ritmo de obras na Engevix, que depende dos pedidos da Petrobras. A empresa está comprometida com a entrega de oito cascos de plataformas, mas as dificuldades de caixa da estatal podem condicionar alguma redução na velocidade de entrega. Consultada, a Secretaria de Desenvolvimento de Rio Grande pondera que não há “indício de grande desmobilização, já que novos projetos foram aprovados e deverão começar em pouco tempo”.

Para evitar que o intervalo de construções cause problemas sociais, o comitê criado pela Petrobras e pelo governo do Estado dividirá os trabalhadores dispensados em dois grupos.

Os especialistas da indústria naval serão oferecidos a empresas do setor em outros Estados, como Rio de Janeiro, Espírito Santo e Pernambuco. Os que tiverem conhecimento em outras áreas poderão ser alocados em obras do Estado, em processo que terá auxílio do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon).

Fonte: ZERO HORA/Rafael Diverio
27/08/2013|Seção: Notícias da Semana|Tags: , , , , , , , , , |