As promissoras áreas de concessão BM-SEAL-10 e BM-SEAL-11, na Bacia de Sergipe-Alagoas, classificadas recentemente pela presidente da Petrobras, Graça Foster, como “bela descoberta” e “excepcionais”, tiveram o Plano de Avaliação de Descoberta (PAD) aprovado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) na reunião de diretoria, em 25 de setembro. A Petrobras é a operadora dos blocos, com 60% de participação, em parceria com a joint venture IBV-Brasil, formada pelas indianas Bharat Petroleum (BPCL) e a Videocon Industries, que têm 40%.
O cronograma do PAD prevê uma série de medidas até 2018, quando Graça Foster disse que a bacia deverá entrar em produção, com uma plataforma com capacidade de até 100 mil barris de óleo por dia. Dentre as medidas previstas no plano, estão as aquisições de dados sísmicos e a perfuração dos poços de extensão. As atividades do PAD são necessárias para confirmar potenciais de produção de petróleo para os blocos.
Caso as expectativas para as áreas não sejam confirmadas, deverão ser devolvidas à União. Mas essa possibilidade não é muito considerada pelo mercado.
Graça Foster evita informar quais os volumes esperados para essas áreas, mas já deu sinais claros de quais são as expectativas da companhia, ao utilizar expressões como “bela descoberta” e “excepcional” ao se referir a área de concessão BM-SEAL-11 em resposta a questionamentos feitos pela imprensa.
Além disso, a Petrobras vem informando, desde 2010, descobertas nas concessões dos blocos BM-SEAL-4, BM-SEAL-10 e BM-SEAL-11, com alto índice de sucesso. Dos 16 poços exploratórios perfurados nessas áreas, 13 continham hidrocarbonetos. Outro dado técnico da área valorizado por geólogos foi que dos dez poços pioneiros perfurados (dentro do horizonte dos 16), primeiros poços a serem construídos em prospectos, oito foram descobridores de novas jazidas de óleo leve ou de gás.
Agentes do mercado questionaram se a Petrobras poderia estar escondendo informações sobre a área, já que o caixa da companhia está comprometido com altos investimentos, inclusive no pré-sal. Além disso, a área financeira da petroleira tem sofrido com o controle governamental dos preços dos combustíveis, já que é obrigada a vender os insumos no mercado interno por valores inferiores aos adquiridos no exterior.
Graça Foster já negou que esteja guardando informações e em entrevista coletiva, na terça-feira passada, afirmou que “uma nova descoberta é tudo que uma empresa de petróleo quer”. Segundo a presidente, conforme a campanha exploratória no local evoluir, a companhia informará ao mercado os resultados relevantes. A ideia é não gerar expectativas no mercado antes que os riscos ainda existentes na bacia sejam mitigados.