Petrobras quer contratar mais 59 barcos de apoio em 2014

  • 18/03/2014

A Petrobras pretende contratar todos os 146 barcos de apoio offshore previstos no Prorefam até a sétima rodada. Para cumprir essa meta deverão ser contratadas 59 embarcações nas duas últimas rodadas. Desse montante, entre 40 e 50 deverão ser do tipo AHTS. São justamente eles os que a empresa encontrou maior dificuldade para negociar com os armadores nacionais nos últimos anos. A assinatura dos contratos da sexta rodada está prevista para 30 de abril e os da sétima e última, em 30 de outubro.

Do total de 87 barcos contratados nas cinco primeiras rodadas, apenas 11 são para manuseio de âncoras. Os demais são PSV e OSRV. 26 unidades já estão em operação.

De acordo com o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, José Miranda Formigli, para a sexta rodada foram tomadas algumas medidas visando aumentar a flexibilidade das armadoras no que se refere a estratégia de contratação e facilidades durante a construção.Também foram feitas algumas mudanças na fórmula de reajuste dos contratos. Segundo Claudio Cesar de Araújo, gerente geral de serviços de contratação, pelas propostas apresentadas para a sexta rodada é possível perceber que as mudanças estão dando certo. Elas foram decididas em reunião com os armadores em janeiro último. Ele ressaltou ainda que os demais tipos de barcos tiveram a contratação em 17 % acima do previsto.

Na opinião do presidente da Associação Brasileira das Empresas de Apoio Marítimo (Abeam), Ronaldo Lima, os estaleiros nacionais tem condições de absorver todas as encomendas do Prorefam. “Mas sem dúvida será um grande desafio”, resume ele, afirmando que o sucesso da empreitada também dependerá muito dos armadores conseguirem estaleiros adequados e os agentes financeiros reduzirem a burocracia e o excesso de garantias. “Os agentes precisam ser mais ágeis e também reduzir esse absurdo de garantias caríssimas. Nesse aspecto saem na vantagem os armadores atrelados a estaleiros, como é o caso da CBO com o estaleiro Aliança, a BRAM com o estaleiro Navship e o grupo Wilson Sons”.

Segundo Ronaldo Lima, a Petrobras tem hoje cerca de 90 AHTS afretados de bandeira estrangeira e é hora de ampliar a participação da bandeira nacional para não ficar tão à mercê da flutuação do mercado externo.

Para a gerente executiva de E&P e Serviços, Cristina Pinho, a dificuldade para contratação se deveu também a problemas de ordem técnica do mercado nacional para atender essas embarcações mais sofisticadas, o que resultou em custos de produção altos e dificuldade de chegar a um preço final competitivo. Os convites para participar da sétima rodada serão enviados até o final dessa semana. Para a sexta rodada a Petrobras recebeu propostas para 26 embarcações de seis armadoras. Os resultados devem ser conhecidos nos próximos dias.

Para o presidente do Sinaval (Sindicado Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore), Ariovaldo Rocha, a construção naval brasileira cumpre sua missão estratégica de atender parte da demanda da Petrobras.

Segundo Ariovaldo Rocha, os estaleiros brasileiros entregaram, em 2013, 6 plataformas de produção de petróleo; 2 navios do Promef; 21 navios de apoio marítimo; 10 rebocadores portuários e 44 barcaças de transporte fluvial. “A Petrobras é o principal cliente da construção naval brasileira e os estaleiros cumprem sua missão estratégica. O volume das entregas de navios e plataformas de produção representam o resultado concreto do trabalho realizado”, disse Rocha.

Durante a solenidade de assinatura dos contratos da quinta rodada, a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, foi objetiva ao falar do Prorefam. “Não há nada, absolutamente nada, hoje sobre a mesa que justifique atrasar a nossa curva de óleo. Não é prioridade para nós nenhuma contratação que ponha em risco a nossa curva de produção. Não é possível dar jeitinho, atrasar entrega. Vamos contratar no Brasil o que for competitivo. Serão quase US$ 200 bilhões em investimentos em E&P nos próximos 5 anos e esse investimento está atrelado a uma curva de produção que sai de 1,9 milhão de barris/dia e chegará a 3,2 milhões de barris diários em 2018. Nossa prioridade é o óleo”.

 

Fonte: Portos e Navios – Da redação