País será um dos maiores mercados de descomissionamento do planeta, mas não é reciclagem que levará setor naval à retomada
Nos próximos anos, o Brasil se tornará um dos maiores mercados de descomissionamento offshore da América Latina e do mundo, com a expectativa de desativação de diversas plataformas e estruturas marítimas, confia o deputado Alexandre Lindenmeyer (PT-RS). O debate será realizado a partir das 16h, em local a ser definido.
Presidente da Frente Parlamentar da Indústria Naval Brasileira, Lindenmeyer solicitou à Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados uma audiência pública, nesta terça-feira, sobre proposta de reciclagem de embarcações (PL 1584/21).
O descomissionamento agrega algum valor para as empresas envolvidas em construção submarina, porém relega aos estaleiros nacionais uma atividade de valor agregado ínfimo, incapaz de remunerar o investimento em instalações. A crítica foi feita pelo presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), Ariovaldo Rocha, em recente artigo.
“Não se retoma o conteúdo nacional com sucatas. Para existirem novas oportunidades para a indústria nacional, a Petrobras precisa renovar a frota própria da Transpetro, retomar o seu bem-sucedido programa de construção de barcos de apoio nacional concebido em conjunto com o BNDES”, defendeu Rocha.
“No caso da construção offshore”, prossegue o presidente do Sinaval, é preciso “retomar as corretas práticas de gerenciamento de contratos separados de construção de casco, integração e construção de módulos (…) e exigência de conteúdo local”, ensinou Rocha.