Com foco no mercado naval e offshore. O encontro reuniu fornecedores nacionais e estrangeiros para conhecer as oportunidades de construção de FPSOs e, navios.
As encomendas de FPSOs e navios colocados para o mercado, especialmente as que já estão com licitações abertas, nessa esteira, a Petrobras, o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), o Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval) e a Associação Brasileira das Empresas de Economia do Mar (Abeemar) promoveram um encontro com cerca de 100 fornecedores nacionais e estrangeiros no dia 10 de dezembro (terça-feira). O evento FPSO Supply Connections Brazil Offshore – Roundtable Business Meeting foi realizado no auditório da antiga Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, onde ocorreu uma rodada de negócios entre estaleiros, fornecedores de máquinas e equipamentos e empresas operadoras de FPSOs.
Durante a manhã com auditório lotado, havia a deputada estadual Célia Jordão (PL), empresários nacionais, como Maurício Terenzio da Enterprise Logistics, vários empresários estrangeiros, diretores da Petrobras, CEO de estaleiros, como Jeferson Feres do Estaleiro São José, presidentes de associações de fornecedores de equipamentos e serviços para o setor naval e offshore. Também na ocasião o engenheiro e administrador Wagner Victer, ex-secretário de Estado de Minas, Energia, Petróleo e Indústria Naval, entre outros.
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, abriu o encontro, destacando os investimentos da companhia previstos em seu Plano de Negócios 2025-2029 e as oportunidades para o mercado offshore. —Nos próximos anos, planejamos contratar 11 FPSOs, cerca de 30 novas sondas, além de aproximadamente 90 embarcações submarinas para dar suporte às nossas operações de exploração e produção — informou.
Dentre as oportunidades abertas pela Petrobras, destacam-se a licitação para as plataformas dos projetos de Sergipe Águas Profundas (Seap), que prevê a contratação de uma unidade firme destinada ao Seap 2, com previsão de operação em 2030, e a opção de compra de um segundo FPSO similar, para o Seap 1, seguindo o modelo “BOT”, onde a empresa contratada constrói a unidade e a opera por um período curto, transferindo-a posteriormente para operação da Petrobras.
O projeto é estratégico para o Nordeste e o Brasil, para a produção de gás e petróleo, mas alertou que é importante haver um grande desenvolvimento do mercado de gás, para o sucesso do projeto.
Também falou da licitação para contratação de uma nova plataforma própria, a P-86, para o projeto de revitalização dos Campos de Marlim Sul e Marlim Leste. Os dois projetos preveem parcelas relevantes de conteúdo local.
A expectativa da Petrobras é que 200 mil toneladas de módulos sejam executadas em estaleiros brasileiros para as plataformas previstas no PN 25-29 que já estão em fase de implantação.
Magda chamou atenção do mercado para evitar “voos de galinha”, vê realmente o que podemos entregar, ter os pés no chão, — sabemos que o Brasil tem conhecimento e persistência, temos que construir uma indústria com base competitiva e rentável — frisou.
A presidente destacou pontos do Plano de Negócios 2025-2029 com investimentos de US$ 111 bilhões, e o Plano Estratégico 2050, divulgados em novembro de 2024, onde preserva a visão da Petrobras de ser a melhor empresa diversificada e integrada de energia na geração de valor, construindo um mundo mais sustentável, conciliando o foco em óleo e gás com a diversificação em negócios de baixo carbono —inclusive produtos petroquímicos, fertilizantes e biocombustíveis—, sustentabilidade, segurança, respeito ao meio ambiente e atenção total às pessoas.
Roberto Ardenghy, presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), destacou a importância do segmento naval para a indústria de óleo e gás e o papel do setor para o desenvolvimento socioeconômico do país, na abertura do evento. —O petróleo vai assumir este ano a liderança da balança comercial brasileira. Fecharemos 2024 com US$ 50 bilhões em exportação e 95 milhões de toneladas de petróleo comercializadas para o exterior pelo Brasil, gerando um superavit relevante para a economia nacional. A nossa indústria destinará este ano R$ 250 bilhões em impostos nos níveis federal, estadual e municipal, contribuindo para as contas públicas— destacou o presidente do IBP. —No Rio de Janeiro, o setor responde por 43% do PIB industrial, o que consolida ainda mais o estado como o grande produtor de petróleo do país— completou Ardenghy.
Segundo o presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), Ariovaldo Rocha, é cada vez mais importante que os fornecimentos à Indústria de Óleo e Gás no Brasil voltem a ser realizados — ou tenham uma relevância maior — por empresas brasileiras capazes de gerar novos empregos de qualidade, somando-se às realizações da Petrobras e das oil companies suas parceiras no desenvolvimento econômico e tecnológico do País. —Um evento como este contribuirá muito para que alcancemos nossos objetivos primordiais de retomada plena de nossas atividades em bases sustentáveis e perenes, alicerçadas em políticas de Estado para que não haja dependência das políticas eventuais de governos específicos—disse Rocha.
Na manhã ainda falou Renata Baruzzi, diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras, sobre ‘Carteira, Desafios e Oportunidades para a Indústria’, já Idarilho Gonçalves Nascimento Neto, presidente do Conselho de Mercado de Oil & Gas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), mostrou a ‘Capacidade Nacional de Máquinas e Equipamentos’, também Joaquim Maia, diretor da Associação Brasileira de Engenharia Industrial (Abemi), — ambos aliás, enfatizaram a necessidade de rever o Repetro, — elevar à um tratamento mais isonômico, no sentido de aumentar a competitividade da indústria nacional—.
Repetro é regime aduaneiro especial que permite a importação de equipamentos específicos para atividades de pesquisa e lavra das jazidas de petróleo e gás natural, sem a incidência dos tributos federais (II, IPI, PIS e Cofins) e do Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM).
Apresentou ainda a Associação Brasileira das Empresas de Bens e Serviços de Petróleo (ABBESPetro) Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), e Organização Nacional da Indústria do Petróleo (ONIP).
Para a Associação Brasileira das Empresas de Economia do Mar (Abeemar), cujo tema foi Capacidade Nacional de Construção de FPSOs, o evento é um marco e uma grande conquista para o mercado. —Eventos como o FPSO Connections são fundamentais para fortalecer o setor, promovendo a aproximação entre os principais players e criando um espaço para discutir e superar desafios de forma sustentável ao longo dos anos. Esperamos continuar promovendo iniciativas desse porte em parceria com o Sinaval, IBP e Petrobras, consolidando uma agenda sólida e estratégica para o futuro da indústria — ressalta João Azeredo, presidente da associação, e vice-presidente de comunicação do Sinaval.