Lançamento do One Stop Shop pelo Grupo Mac Laren (Foto Andrea Penna)

Mac Laren: dique flutuante terá investimento de US$ 50 milhões

  • 19/08/2025

Foi lançado, nesta segunda-feira, no Centro Cultural da FGV do Rio de Janeiro, pelo Grupo Mac Laren, o projeto One-Stop-Shop, Cluster de Manutenção & Reparo: “Um modelo que posiciona a Mac Laren como centro de excelência em manutenção e reparação naval no Cone Sul”, segundo dirigentes da Mac Laren.

O evento contou com governos federal e de Niterói, empresas e entidades, líderes do setor naval e offshore e especialistas. A tônica dos discursos foi a retomada do setor após dez anos de paralisia, sua importância estratégica para a soberania do país e o impulso para diversas empresas que atuam na área. O Grupo Mac Laren considerou este encontro como “estratégico para o setor marítimo e offshore no Rio de Janeiro”.

One Stop Shop do Grupo Mac Laren, localizado na Ilha da Conceição, em Niterói (RJ), terá um investimento de US$ 50 milhões na construção de um dique flutuante de última geração, o primeiro do gênero no Cone Sul e um dos maiores e mais modernos da América Latina. O projeto, que conta com apoio do Fundo da Marinha Mercante, representa um marco na transformação da Mac Laren em um centro de excelência para manutenção e reparos navais no Brasil.

Além do impacto técnico e logístico, o projeto terá forte repercussão econômica e social. Durante a fase de construção, a previsão é de 1.500 empregos diretos e 6.000 indiretos. Na operação futura, o dique deve gerar cerca de 3.000 postos diretos e 12.000 indiretos, movimentando a economia local e nacional e fortalecendo a cadeia produtiva da indústria naval.

A nova estrutura será a base para a implantação do conceito “One Stop Shop”, modelo inédito na região que vai concentrar, em um só local, todos os serviços necessários para a manutenção, abastecimento e suporte técnico a embarcações de diferentes portes, com foco no setor offshore.

“Mais do que um avanço tecnológico, este projeto representa um novo capítulo para o setor naval brasileiro. Vamos integrar serviços, reduzir custos operacionais e ampliar a eficiência logística dos nossos clientes. Nosso objetivo é consolidar a Mac Laren como uma das principais referências em manutenção e reparos navais offshore no país”, afirma o vice-presidente da Mac Laren, Alexandre Kloh.

Com 157 metros de comprimento, 40 metros de boca e capacidade de içamento de até 15 mil toneladas, o novo dique terá infraestrutura única, com quatro piscinas – duas à vante e duas à ré –, o que permitirá maior flexibilidade e segurança nas operações. O equipamento será capaz de atender diferentes tipos de embarcações, realizando serviços de manutenção preventiva, corretiva, preditiva e modernizações completas.

O modelo One Stop Shop permitirá que todas as intervenções necessárias em um navio, desde reparos em sistemas mecânicos, elétricos e de propulsão até serviços de automação, controle, posicionamento dinâmico e eletrônica sejam realizadas de forma integrada, sem a necessidade de deslocamentos entre diferentes fornecedores. Essa centralização deve reduzir significativamente o tempo de inatividade das embarcações, aumentando a produtividade e gerando ganhos logísticos para os clientes.

O projeto ainda prevê a criação de uma plataforma multicompetente de serviços, reunindo fornecedores e prestadores especializados em áreas como engenharia naval, automação, eletrônica e serviços industriais. A previsão para o início das obras é janeiro de 2026 com entrega em dezembro do mesmo ano.

O lançamento

O evento de lançamento, no Centro Cultural da FGV, contou com painéis técnicos, apresentações de cases, debates e networking, “promovendo conexões estratégicas entre empresas, governo e representantes da cadeia produtiva”. O projeto foi apresentado pelo vice-presidente, Alexandre Kloh; pelo diretor de sustentabilidade, Eduardo Mac Laren; pelo diretor comercial Ronaldo Melendez; e pelo diretor industrial William Grutter. Todos do Mac Laren.

A diretora executiva de Engenharia, Tecnologia e Inovação, Renata Baruzzi, detalhou como a indústria naval se encaixa no Plano de Negócios da Petrobras, que conta com US$ 111 bilhões. “Não me conformo em ver estaleiros parados no Brasil”, disse a diretora executiva de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia Anjos,

O secretário de Desenvolvimento de Niterói, Fabiano Gonçalves, afirmou que o projeto já desencadeou uma série de medidas tomadas pela prefeitura, como obras no canal de São Lourenço, Refis para as empresas que precisam de certidões, parcerias para ampliar a rede hoteleira e projetos com a Universidade Federal Fluminense para criar um polo de tecnologia e inovação “nos moldes da Embraer em são Jose dos Campos, (SP)”.

O presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Naval (Sinaval), Ariovaldo Rocha, frisou que o projeto significa a volta da Indústria naval após uma década de abandono. Comentou o avanço do grupo de trabalho no MDIC, o esforço para melhorar a legislação e produção de propostas para políticas públicas de Estado. O vice-almirante Marcelo da Silva Gomes, explicou a importância da indústria Naval para a força marítima.

O presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), Roberto Ardenghy, salientou que o ressurgimento do setor naval é importante para o segmento de óleo e gás, pois vai proporcionar mais empregos e renda.

O diretor da Tanspetro Jones Alexandre Barros alertou para a reflexão de “qual é o projeto de país e de Nação que queremos” e concluiu que projetos como o da Mac Laren se enquadram na soberania que o país busca e estimulam “núcleos estratégicos importantíssimos para o país”.

Por fim, Gisela Mac Laren lembrou que Niterói, onde fica a Mac Laren é o berço da indústria naval no Brasil e teceu detalhes sobre o novo projeto da empresa. Ela disse que a empresa, hoje com 87 anos, faz parte de 0,02% de empresas brasileiras que chegam a este patamar e anunciou que o projeto lançado é fruto das expectativas para chegar ao centenário.

No evento, a Mac Laren homenageou Wagner Granja Victer, Gerente Executivo de Programas Estruturantes, Petrobras, como “Patrono da Indústria Naval e Offshore Brasileira”.

Fonte: Monitor Mercantil – Andrea Penna