Magda Chambriard falou em encomendas a fornecedores locais, ressaltando necessidade de bases competitivas e rentáveis e respeito ao patamar de lucro da companhia
A Petrobras vive um momento de reaproximação com a cadeia de suprimentos nacional e entidades setoriais após um período de afastamento. Durante evento no Rio de Janeiro (RJ), nesta terça-feira (10), a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse que a empresa está determinada a conhecer todo o potencial e as dificuldades da indústria nacional para atender às demandas dos projetos e alavancar novas oportunidades. Ela ponderou que será necessário ter bases competitivas e rentáveis e que o patamar de lucro da Petrobras será respeitado nas seleções.
“Vim aqui para reafirmar o compromisso de ampliar investimentos no parque produtivo brasileiro e assegurar que vamos, sim, fazer encomendas aos fornecedores nacionais e que isso vai ancorar nossa estratégia de negócios”, declarou na abertura do evento ‘FPSO Supply Connections Brazil Offshore Energy Sector’, promovido pelo Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval) e Associação Brasileira das Empresas de Economia do Mar (Abeemar).
Magda alertou para a necessidade do setor caminhar junto, olhando para as lições aprendidas em outros ciclos para evitar novos ‘voos de galinha’. Ela sugeriu calibrar o que a indústria já é capaz de entregar e buscar parcerias para aumentar a curva de aprendizado. “A Petrobras está profundamente comprometida em contribuir para impulsionar a indústria brasileira e acredita na capacidade do fornecedor nacional de gerar emprego e renda e alavancar negócios que dinamizam a economia”, avaliou.
Na sequência, a diretora de engenharia, tecnologia e inovação da Petrobras, Renata Baruzzi, disse que acredita no desenvolvimento da cadeia de suprimentos brasileira e na ambição do mercado fornecedor poder se tornar pujante a nível mundial. Renata acrescentou que o Brasil já é exportador de itens de valor agregado, como árvores de natal de plataformas. Ela também citou o mapeamento da capacidade dos estaleiros nacionais feito em parceria com o IBP. “Esperamos que, no futuro, não precisemos de conteúdo local porque o mercado nacional será tão bom e tão competitivo que será natural fazer no Brasil, inclusive encomendas do exterior aqui no Brasil”, disse Renata.
A diretora destacou que existe uma carteira de projetos de US$ 77 bilhões somente na área de exploração e produção, prevista no plano de negócios 2025-2029 da Petrobras. “Temos que ter consciência do que podemos fazer, do que ainda não conseguimos fazer e fazer parcerias com quem consegue fazer isso hoje. E, quem sabe no futuro, conseguir fazer no Brasil. O objetivo é fomentar parcerias para conseguirmos cada vez mais no Brasil”, projetou Renata.
O atual plano de negócios prevê para o quinquênio a contratação de 11 FPSOs, cerca de 30 novas sondas, além de aproximadamente 90 embarcações de apoio offshore para dar suporte às operações de exploração e produção. A Petrobras também tem expectativa de que 200 mil toneladas de módulos sejam executados em estaleiros brasileiros para as plataformas previstas até 2029, que já se encontram em fase de implantação.