Ponto de Vista: Fornecedores da construção naval

  • 19/09/2013

A plataforma semissubmersível P-55 está finalizando seus testes antes de ser entregue à Petrobras para operar na produção de petróleo na Bacia de Campos. Seu casco foi construído no Estaleiro Atlântico Sul (EAS – PE) e a integração do casco com o convés superior, onde estão os módulos de serviços para produção, foi realizada no Estaleiro Rio Grande pela Quip (RS), empresas brasileiras com controle acionário de brasileiros. A Petrobras informa que o índice de conteúdo local foi de 79%.

A entrega da P-55 representa um marco relevante do ponto de vista da rede de fornecedores para o setor da construção naval. As metas de conteúdo local para navios e plataformas vêm sendo mantidas e ultrapassadas, numa demonstração do avanço do fornecimento local.

O SINAVAL, um das instituições responsáveis pelas planilhas de conteúdo local ao lado do Prominp e da Onip, registra o positivo avanço no conteúdo local que chega a ser superior a 70% no programa de construção de navios petroleiros, e de 64% no programa de construção de plataformas de produção offshore. A P-55 criou um novo patamar para plataformas onde e o casco e os módulos são de construção local.

Apesar das críticas, a política de conteúdo local tem recebido adesão de grandes empresas internacionais que investem na implantação de unidades locais para fabricação e integração de equipamentos. Uma avaliação dos segmentos demonstra que a área crítica é a de máquinas, onde o fornecimento local ficar inferior aos 15% do valor, em relação aos produto importados. Nesse segmento é esperada um avanço no fornecimento local no segmento elétrico, painéis e motores. Oportunidades de negócios para empreendedores locais existem e contam com o interesse dos estaleiros e financiamentos de bancos oficiais, como BB e Caixa.

Ariovaldo Rocha
Presidente do SINAVAL – Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore
Artigo para o jornal O Fluminense

19/09/2013|Seção: Artigos|Tags: , , , , , , , |